Título: Cotações voltam a fechar em queda
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Fonte: Gazeta Mercantil, 09/09/2004, Energia, p. A-6

As cotações do petróleo voltaram a registrar queda nesta quarta-feira, já que a demanda mundial por combustível está bem coberta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o que permitiu compensar o temor pelos efeitos do furacão "Ivan". Os contratos para outubro do óleo tipo WTI, o de referência nos Estados Unidos, fecharam a US$ 42,77, 56 centavos de dólar abaixo da sessão de terça-feira na Bolsa de Mercadorias de Nova York. O preço do petróleo tipo Brent, de referência na Europa, caiu 46 centavos, para US$ 40,30, na Bolsa Internacional de Petróleo em Londres.

Os contratos para outubro de gasolina nos EUA ficaram em US$ 1,18 por galão (3,78 litros), 0,2 centavo a menos que anteontem. Os contratos de gasóleo caíram na mesma quantidade, até US$ 1,1612. Os motivos da queda são, por um lado, as declarações do presidente da Opep, o indonésio Purnomo Yusgiantoro, que reconheceu a existência atual de um excesso de produção de 1,5 milhão de barris por dia. Isso significa que existe um bom abastecimento no mercado mundial de petróleo, sem nenhum problema de falta de oferta a curto prazo.

O presidente da Opep previu ainda que o preço do petróleo cairá durante o resto de 2004 devido a uma melhora na situação do Iraque e à realização das eleições gerais americanas em 2 de novembro. Este fator passou para segundo plano os temores de que o furacão "Ivan" possa afetar a indústria petrolífera americana nos próximos dias.

Interrupção no fornecimento

O furacão, que causou três mortes na passagem por Granada, ameaça atingir países do Caribe e do norte da América do Sul nos próximos dias, além de ameaçar a Flórida, já devastada por dois ciclones em três semanas. O furacão já causou interrupções no fornecimento de combustível em Trinidad e Tobago e na Venezuela e provocou o fechamento de algumas refinarias caribenhas que abastecem os Estados Unidos.

Por outro lado, o presidente do Federal Reserve, o banco central norte-americano, Alan Greenspan, afirmou ontem que os economistas não estão de acordo quanto ao impacto que o aumento dos preços do petróleo dos últimos meses terá na economia. A perspectiva dos preços do petróleo "continua incerta" devido a uma ampla gama de fatores, incluindo o aumento da demanda nas economias em rápido crescimento da China e da Índia.