Título: Safra vai ao 8º lugar no ranking do BC
Autor: Adriana Cotias
Fonte: Gazeta Mercantil, 09/09/2004, Finançass & Mercados, p. B-2

Lucro líquido dos 50 maiores bancos aumenta 13,1%, para R$ 9,2 bilhões no 1º semestre. A troca de posições entre o Banco Safra e o HSBC Bank Brasil do primeiro para o segundo trimestre de 2004 é a principal mudança no ranking de 50 maiores bancos, divulgado pelo Banco Central (BC) na terça-feira, em pleno feriado do Dia da Independência. Pelo critério do órgão de supervisão bancária, que considera ativos totais, mas exclui a intermediação formada por posições que podem ser facilmente desmontadas, o Safra, com R$ 35,7 bilhões, subiu um degrau, ao oitavo posto, enquanto o HSBC, com 31,6 bilhões, caiu para o nono lugar.

Da primeira a sétima colocações, não houve alterações no ranking, com a ordem mantida tal qual no fim de março: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander Banespa e ABN Amro Real.

O Citibank, com ativos de R$ 29,0 bilhões subiu uma posição, ao décimo posto, enquanto a Nossa Caixa, com R$ 27,5 bilhões, ficou no lugar antes ocupado pelo banco norte-americano. O Banco Pactual, com ativos de R$ 9,1 bilhões, também subiu uma posição, para o 16º lugar, roubando a colocação que era do Credit Suisse, com R$ 8,8 bilhões.

No ranking por depósitos, o Santander Banespa, com R$ 19,1 bilhões, perdeu uma posição, do oitavo para o nono lugar, trocando a colocação com o HSBC, com R$ 19,4 bilhões. Na comparação por operações de crédito e arrendamento mercantil, o Unibanco passou a ocupar a quinta posição, com uma carteira de R$ 24,9 bilhões, ligeiramente à frente do ABN Amro Real com um portfólio da mesma grandeza. Na comparação com junho de 2003, os saldos de empréstimo do Sistema Financeiro Nacional (SFN) tiveram expansão de 16,1%, a R$ 375,2 bilhões.

Na demonstração de resultados, os bancos e o sistema, em geral, provaram que conseguiram se sair muito bem do movimento de afrouxamento monetário que reduziu a Selic de 26,5% para 16% ao ano de junho de 2003 para cá, com o conseqüente aperto da margem financeira. O lucro líquido dos 50 maiores bancos aumentou 13,1%, a R$ 9,2 bilhões. No consolidado do SFN, os ganhos avançaram 78,2%, principalmente pelo impacto negativo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que,, no primeiro semestre de 2003, havia contabilizado um prejuízo de R$ 2,4 bilhões e entre janeiro e junho deste ano apresentou lucros de R$ 1,4 bilhão.

Segundo o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, a permanência dos "spreads" bancários em patamares elevados e o aumento das tarifas têm garantido o bom desempenho do setor. "O Brasil ainda mantêm os spreads mais elevados do mundo e as receitas com prestação de serviços têm apresentado crescimento consistente ano a ano." Conforme exemplifica, em 1994, início do Plano Real, a arrecadação com serviços representava 4% das receitas operacionais e hoje já chega a 14%.

O especialista cita ainda os ganhos de tesouraria e a redução das despesas com provisões para devedores duvidosos como fatores de ampliação dos resultados. Para o ano, Rodrigues estima um incremento entre 15% e 20% nos lucros do setor, com o retorno sobre o patrimônio acima dos 20%.