Título: UE adia decisão sobre rotulagem para OGMs
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Fonte: Gazeta Mercantil, 09/09/2004, Agribusiness, p. B-12

A União Européia adiou seu plano de incluir as sementes nas regras de rotulagem de alimentos contendo organismos geneticamente modificados (OGMs) produzidos por empresas como a Monsanto, tolhendo a expansão do mercado de biotecnologia depois de uma paralisação de seis anos.

A Comissão Européia pretendia propor que as sementes de milho e de canola convencionais fossem comercializadas com rótulos de transgênicas quando a presença incidental de variedades geneticamente modificadas ultrapassasse determinado nível. Uma proposta preliminar fixara um limite de 0,3%, que grupos ambientais como o Greenpeace disseram ser branda demais, e não voltará a ser analisada por vários meses.

"Estamos muito decepcionados", disse Johan Venhemelrijck, secretário-geral da Associação Européia de Bioindústrias em Bruxelas. "Há um ar de esquizofrenia quando comparamos a atitude às recentes medidas da comissão de pressionar por aprovações com base na segurança."

A comissão quer fortalecer uma lei de abril que exige que alimentos com mais de 0,9% de modificação genética sejam rotulados como tais. Essa foi uma das condições para que a UE aprovasse este ano - pela primeira vez desde 1998 - as variedades de milho produzidas pela Monsanto, a maior fabricante do mercado mundial de produtos agrícolas transgênicos, que movimentou até US$ 4,75 bilhões no ano passado, e da Syngenta A.G., a maior fabricante de defensivos agrícolas.

Mato Grosso

No Brasil, as amostras de algodão recolhidas pelo Ministério da Agricultura em 33 fazendas no Mato Grosso provavelmente indicarão a presença de OGMs (organismos geneticamente modificados), informou a Abrapa, entidade que reúne produtores de algodão.

O resultado das análises das 40 amostras suspeitas, enviadas pelo ministério para laboratórios em São Paulo, ainda não saiu. "Há forte indício de que existe a contaminação", disse o vice-presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen Rodrigues.