Título: Mais 5 mil casas
Autor: Boechat, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 17/04/2011, Cidades, p. 34

HABITAÇÃO Agnelo Queiroz e a ministra Miriam Belchior, do Planejamento, lançam etapa quatro do Riacho Fundo 2. O futuro setor representará um investimento de R$ 45 milhões só do GDF

O mato alto e a terra vermelha dos 126 hectares localizados em frente à QN 18, no Riacho Fundo 2, darão lugar a 5.089 moradias populares. Na manhã de ontem, o governador Agnelo Queiroz (PT) anunciou o início das obras de infraestrutura da etapa 4 do bairro ¿ a primeira e segunda etapas estão prontas, mas a terceira não tem data para sair do papel. A transformação no local ocorrerá por meio de uma parceria do Distrito Federal com o governo federal. A União doará a terra, o GDF investirá aproximadamente R$ 45 milhões em infraestrutura e a Caixa Econômica Federal financiará os imóveis, pelo programa Minha Casa Minha Vida. As unidades habitacionais serão construídas por empresas privadas. Cerca de 20 mil pessoas serão beneficiadas.

O setor habitacional terá 2.855 apartamentos e 2.234 casas. Além disso, 40 lotes serão destinados para ao comércio de pequeno porte, 72 para uso misto (residência e comércio) e outras 12 para escolas e postos de saúde. Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Geraldo Magela, o primeiro passo será a abertura de ruas e a construção das residências. ¿Em um ano e meio, mais ou menos, o setor estará concluído¿, disse. O secretário de Obras, Luiz Pitiman, explicou que a licitação para selecionar as empresas responsáveis pelo desenvolvimento da primeira etapa da cidade deverá ser concluído em 15 dias. Dentro de um mês, devem começar as obras.

Algumas ruas foram demarcadas em meio ao barro e ao mato. Ao todo, serão construídos 21 mil metros de rede de águas pluviais, 540 unidades de boca de lobo para escoamento de água, 21 quilômetros de asfalto e 66 quilômetro de meio-fio. Erguer o setor habitacional custará R$ 45 milhões aos cofres da Terracap, conforme previsto no orçamento de 2011. O governador explicou que o modelo a ser implantado no Riacho Fundo 2 será levado ao restante do DF. ¿Aconteceram algumas injustiças no passado. Famílias que moram aqui há anos não têm casa, e pessoas que chegaram ontem no Distrito Federal ganharam casa graças a um apadrinhamento¿, criticou. Para ele, a legalização e fiscalização evitará novas ocupações de terra pública.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, participou do lançamento das obras. Ao cumprimentar os presentes, trocou o nome de Riacho Fundo por Riacho Grande. A comunidade a corrigiu, e ela se desculpou rapidamente. Segundo ela, nunca houve interesse do Governo do Distrito Federal em participar do programa Minha Casa, Minha Vida. Para receber uma casa no Riacho Fundo, o interessado deve estar inscrito em uma das 203 entidades ligadas à Associação Pró-Morar do Movimento Vida de Samambaia. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) avaliará a documentação dos participantes. A aposentada Antonia Rosa de Jesus, 68 anos, sonha com a casa própria. ¿Quando morrer, quero ter o que é meu. Me sinto satisfeita de pagar que é meu¿, disse.