Título: Bush à frente em todas pesquisas
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Fonte: Gazeta Mercantil, 10/09/2004, Internacional, p. A-10

Sondagem do Washington Post diz que presidente teria hoje 52% dos votos, e Kerry, 43%. O presidente George W. Bush está à frente do candidato democrata John F. Kerry em todas as pesquisas que foram divulgadas ontem. Segundo a sondagem do Washington Post e da rede ABC, Bush tem a preferência de 52% dos eleitores, contra 43% para Kerry. E o instituto Gallup revelou que também nos Estados mais importantes para a eleição, Bush está à frente. Outra pesquisa, realizada pela Associated Press (AP) e Ipsos-Public Affairs, informa que os americanos têm medo. Estão mais temerosos de se tornarem vítimas do terrorismo, à medida que perdem os seus empregos, ou as suas casas são arrombadas para serem roubadas.

Quase todas as pessoas que responderam ao questionário da AP dizem lembrar do que estavam fazendo quando ficaram sabendo sobre os ataques de 11/9 contra o World Trade Center e o Pentágono, e sete em cada 10 dizem que essas lembranças estão entre as mais vivas. A atmosfera carregada poderá trazer vantagem a Bush, que conta com a sua forma de lidar com o terrorismo como uma força importante.

Quem tem medo vota em Bush

Os que estão preocupados com outro ataque terrorista, como mulheres que têm esse tipo de preocupação, provavelmente apoiarão o presidente. Os que estão menos preocupados provavelmente votarão no democrata John Kerry. Quase quatro em 10 pessoas ouvidas na pesquisa da AP dizem que às vezes se preocupam com a possibilidade de ocorrer outro ataque terrorista, quase o mesmo número dos que se afligem com o arrombamento de suas casas, ou perda do emprego.

Para se ter uma idéia do trauma do 11 de setembro, a pesquisa AP-Ipsos concluiu que 98% lembram exatamente o que estavam fazendo três anos atrás quando os seqüestradores atingiram com os aviões o WTC e o Pentágono, matando quase 3 mil pessoas. Essas lembranças podem surgir com as mais rotineiras insinuações: um avião voando, uma sirene de ambulância passando, ou notícias sobre a guerra.

Dawn Davis, de 40 anos, da região rural do estado de Arkansas, lembra ouvir os ataques desse dia, ligar a televisão e ficar grudada ao aparelho pelo resto do dia, vendo a queda das Torres Gêmeas, as pessoas caindo para a morte, pedestres correndo pelas ruas. "Eu simplesmente fiquei no sofá, gritando o dia inteiro", afirmou ela. Agora quando ouve o ronco de um avião voando, ela às vezes pensa que "poderá ser um avião pronto para lançar bomba onde moramos".

Para a maioria, o sentimento dominante sobre esse dia foi de profunda cólera com o fato de que alguém cometesse esse ato contra o país, concluiu a pesquisa realizada pela AP e pelo Ipsos-Public Affairs. Republicanos e democratas igualmente deverão dizer que se sentiram assim.

O impulso da Convenção

Segundo a pesquisa Washington PostABC News, o que ocorreu foi que o presidente Bush emergiu da convenção de Nova York com uma sólida liderança em relação a Kerry, reforçando sua posição em praticamente todos os temas importantes da campanha e abrindo uma clara vantagem contra seu rival em muitas das características pessoais que influenciam os eleitores no pleito presidencial. Pela primeira vez na campanha, uma maioria de prováveis votantes agora diz que pretendem votar em Bush. Entre os mais prováveis a votarem em novembro, Bush detém uma liderança de 52% a 43% sobre Kerry, com o candidato independente Ralph Nader recebendo 2% dos votos hipotéticos. Entre todos os eleitores registrados, Bush lidera Kerry em 50% a 44%.

Segundo o Gallup, Bush tem ampla vantagem sobre Kerry nos Estados de Missouri e Ohio, considerados decisivos. A pesquisa, realizada para o USA Today e para a rede CNN, informa que Bush tem em Missouri o apoio de 55% dos possíveis eleitores, contra 41% de Kerry. Em Ohio, 52% a 43%. Na Pensilvânia, 48% para Bush e 47% para Kerry. O resultado é significativo porque Missouri e Ohio estão entre os Estados mais afetados pela perda de empregos.