Título: Índice oficial desacelera e registra alta de 0,69%, como o mercado previa
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 13/09/2004, Nacional, p. A-5

A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,69% em agosto, inferior à taxa de 0,91% apurada em julho (o maior percentual do ano). O IPCA, que serve de referência para o sistema de metas de inflação, foi divulgado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de desaceleração, o índice de agosto ficou um pouco acima da média das projeções do mercado, que sinalizava alta de 0,65%. Entre os especialistas financeiros ainda não há consenso quanto ao impacto do IPCA de agosto sobre a decisão do Comitê de Política Econômica (Copom), ser anunciada depois de amanhã, em relação à taxa básica de juros para os próximos 30 dias.

A gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, Eulina dos Santos, disse que a inflação vem mantendo uma trajetória de alta, embora os números, à primeira vista, apontem o contrário. O índice acumulado de 12 meses, que em maio deste ano registrava alta de 5,15%, em junho passou para 6,06%, em julho, para 6,81%, e em agosto passou a acumular 7,18%.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a inflação do IPCA é de 5,14%, abaixo dos 7,22% do mesmo período de 2003, mas já se aproxima do centro da meta para o ano todo, que é de 5,5%. No entanto, Eulina disse que o IPCA, no início do ano passado apresentava taxas mais altas e decrescentes, enquanto que em 2004 está ocorrendo o contrário. "O resultado de agosto voltou ao patamar de junho, quando o IPCA ficou em 0,71%", disse.

Os itens que mais pressionaram o índice em julho - gasolina, energia elétrica e tarifas dos telefones fixos - foram diluídos no IPCA de agosto, favorecendo o resultado final. A pressão das tarifas de energia elétrica caiu de 3,67% em julho para 0,50% em agosto; a do telefone fixo, de 4,88% para 0,62%; e a gasolina, de 2,46% para 1,64% em agosto. "O IPCA de agosto foi influenciado por repasses de custos e, não, por pressões de demanda", disse ela.

O IGP-M acelera na 1 prévia

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas, apresentou inflação de 0,35% na primeira prévia de setembro, relativa aos 10 primeiros dias do mês. No mesmo período de agosto, o resultado foi de 0,19%. A maior influência foi do Índice de Preços por Atacado (IPA-M), que subiu 0,37% em setembro, bem mais que a taxa de 0,07% de agosto. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) aumentou 0,14% na 1 prévia deste mês, menos que a alta de igual prévia do mês anterior, de 0,32%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu mais, 0,80% na 1 prévia de setembro, ante 0,71% no mesmo período de agosto.