Título: Realização de lucro faz preços fecharem semana em queda
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Fonte: Gazeta Mercantil, 13/09/2004, Energia, p. A-5

Expectativa do mercado nesta semana fica por conta da reunião da Opep. O preço do petróleo registrou, na sexta-feira, uma queda de 4% em Nova York, por conta do movimento de realização de lucros e também pela expectativa que o furacão "Ivan" não afetará as atividades petrolíferas no Golfo do México. No fim da sessão regular na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril do óleo tipo WTI para entrega em outubro ficou em US$ 42,81, após uma queda de US$ 1,80 em relação ao fechamento da quinta-feira. A sessão nova-iorquina foi mais curta que o habitual por conta das homenagem às vítimas do atentado terrorista de 11 de setembro, que completou três anos no sábado.

Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o preço dos contratos futuros para entrega no mesmo mês, do barril tipo Brent, ficou em US$ 40,20, o que representa uma queda de US$ 2,02 em relação ao valor da quinta-feira.

Os contratos de gasolina para outubro reduziram seu preço em cerca de seis centavos e ficaram a US$ 1,16 por galão (3,78 litros), enquanto que os contratos de gasóleo ficaram num valor similar após diminuir também cerca de seis centavos do preço anterior.

O preço do petróleo WTI neutralizou na sexta a forte alta que tinha registrado na sessão anterior, na quinta-feira, quando superou o nível de US$ 44 por barril por causa da notícia de queda nas reservas armazenadas nos Estados Unidos. Os analistas atribuíram também o retrocesso à incapacidade que mostraram os preços para superar a barreira de US$ 45 por barril, o que acelerou a venda de contratos. O barril de petróleo texano tocou os US$ 44,95 durante a sessão de sexta, mas não manteve a alta.

Por outro lado, os operadores foram para casa com a perspectiva de que o furacão "Ivan" não afetaria a região do Golfo do México, de onde sai 25% da produção norte-americana de petróleo. A evolução deste fenômeno meteorológico é acompanhada muito de perto pelos mercados petroleiros, porque dependendo de sua intensidade pode alterar a produção e o abastecimento das refinarias no sul dos EUA em um momento de elevada demanda.

Os operadores da Bolsa de Nova York ficaram também à espera da reunião que fará a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nesta semana, onde vai ser analisada a situação dos mercados e dos preços, assim como as cotas de produção vigentes.

Os países da Opep estão em um nível de produção próximo aos 30 milhões de barris diários, o mais alto em mais de duas décadas, e os especialistas consideram que a organização tem pouca capacidade para aumentar a oferta acima dessa cifra estabelecida. A progressiva queda nas reservas armazenadas de petróleo nos Estados Unidos foi outro fator que empurrou a alta aos preços na semana passada.

As reservas armazenadas de petróleo dos EUA desceram 1,4 milhão de barris e ficaram em um total de 285,7 milhões na semana passada, o nível mais baixo desde meados de março passado.