Título: A Hubert orienta sobre coleta de resíduos em condomínios
Autor: Andrea Vialli
Fonte: Gazeta Mercantil, 13/09/2004, Meio Ambiente, p. A-8

Assessoria a clínicas médicas evita o descarte incorreto em São Paulo. A Hubert, empresa paulistana de assessoria imobiliária, criou um programa para orientar condomínios que abrigam clínicas médicas e odontológicas quanto ao gerenciamento correto dos chamados resíduos de serviços de saúde (RSS), que podem ser infectantes (como curativos e sangue) e perfurocortantes (agulhas e bisturis), nos moldes da coleta seletiva de lixo. A empresa também está assessorando construtoras e incorporadoras para que prevejam, já nos projetos dos edifícios, um abrigo especial para a estocagem desse tipo de resíduo.

A iniciativa, em curso desde maio atende a pequenos geradores de resíduos. Atualmente já são nove condomínios atendidos na cidade de São Paulo, e até o próximo ano a meta é atingir cerca de 25. Da carteira de 60 condomínios comerciais assessorados pela Hubert, cerca de 25% possuem clínicas. "O diferencial desse programa é o foco no pequeno gerador. A coleta seletiva dos resíduos de serviços de saúde não pode ser restrita aos grandes geradores, como os hospitais", diz Nathalie Gretillat, gerente de meio ambiente da Hubert.

O objetivo foi obedecer à recomendação legal de se identificar o gerador e segregar os resíduos na fonte. Com base na resolução 283/01 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), os resíduos contaminados com sangue e secreções devem ser acondicionados em sacos brancos leitosos, e os perfurocortantes em caixas rígidas, de modo a evitar acidentes e contaminação.

Falta informação

Devido à geração de resíduos em pequeno volume - média semanal de dois quilos de resíduos por estabelecimento - a ênfase no programa da Hubert é na conscientização dos proprietários de clínicas. "Em muitos casos, falta a informação de que é necessário separar esses resíduos, pois eles não podem ir para o mesmo destino que o lixo doméstico comum", destaca Nathalie.

Após identificar o universo de clínicas nos condomínios, a etapa seguinte do programa foi a elaboração de um comunicado para informar os proprietários sobre as recomendações legais e os horários de coleta desses resíduos realizada pela prefeitura, que é feita duas vezes por semana. Posteriormente, o resíduo hospitalar vai a tratamento - incineração ou microondas (eletrotérmico), a cargo da Cavo, em São Paulo.

A Hubert também vem orientando as construtoras e incorporadoras sobre a necessidade da construção de um abrigo para acomodar os resíduos nos intervalos da coleta, de acordo com as exigências previstas na NBR 12809. "Entre os requisitos, estão o uso da cor branca, de materiais impermeáveis, piso lavável, placa de identificação na porta e espaço para acomodar os resíduos por até três dias", explica Nathalie.

Vigilância sanitária

O tratamento e a correta destinação dos resíduos dos serviços de saúde ainda é incipiente nas cidades brasileiras -apenas 14% dos 5.507 municípios tratam os RSS de forma adequada - deve ganhar impulso a partir de dezembro, quando entra em vigor da RDC 33, resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Enquanto isso, os geradores devem obrigatoriamente seguir a Resolução 283/01 do Conama.