Título: IPC-S e Fipe registram desaceleração
Autor: Cristina Borges Guimarães e Ana Cecília Carvalho
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/09/2004, Nacional, p. A-4

Alimentos puxam a alta de 0,76% apurada pela FGV e, em São Paulo, os preços sobem 0,79%. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) - com base nos preços coletados entre os dias 6 de agosto a 5 de setembro de 2004 - registrou aumento de 0,76%, uma desaceleração de 0,15 ponto percentual (p.p.) em relação à alta de 0,91% apurada na edição, anterior, que foi calculada com base nos preços coletados entre 27 de julho e 25 de agosto deste ano.

Também ontem foi divulgada em São Paulo a primeira prévia do mês de setembro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP), que subiu 0,79%, abaixo da variação de 0,99% da pesquisa anterior, relativa à última quadrissemana de agosto.

No IPC-S, embora a taxa do grupo alimentação tenha desacelerado, para 1,60%, após cinco acelerações consecutivas do grupo, sua influência individual (que foi de 0,45 p. p.) continua sendo a maior contribuição para a formação da taxa deste indicador, respondendo por mais de 59% da inflação registrada pelo índice geral semanal da FGV. Apresentaram desaceleração 15 dos 21 itens componentes do subgrupo gêneros alimentícios, que juntos representam 69% das despesas familiares realizadas com alimentos.

A segunda maior influência individual foi o grupo transportes, que subiu 1,33%, contribuindo com 0,15 p. p. para a formação do índice geral. Juntos, os grupos alimentação e transportes respondem agora por mais de 79% do resultado apurado para o IPC-S. O grupo habitação sibiu 0,28% (desaceleração de 0,27 p. p.) e, com isto, sua influência reduziu-se para 0,09 p. p., a terceira maior entre os sete grupos pesquisados. As maiores contribuições para a redução da taxa deste grupo foram da tarifa elétrica residencial (de 1,53% para 0,19%) e da telefonia fixa (de 0,99% para 0,54%).

O vestuário foi o único grupo a registrar aceleração nesta apuração, passando de 0,08% para 0,64%. A maior fonte de pressão de preços do vestuário é a nova coleção primavera-verão, que se apresenta de forma crescente nas lojas neste final de inverno. O grupo despesas diversas registrou desaceleração, passando de 0,09% para uma deflação de 0,31%. A taxa do grupo saúde e cuidados pessoais manteve o ritmo de desaceleração da última divulgação, de 0,10 p. p., passando de 0,29% para 0,19%. Educação, leitura e recreação também desacelerou de 0,54% para 0,36%.

Nesta edição, entre as 12 capitais pesquisadas, sete apresentaram aceleração e cinco desaceleraram. A capital com a menor taxa de inflação foi Porto Alegre, com 0,01% (0,52% na semana quadrissemana anterior). Já Goiânia ficou com a maior, 1,26% (anterior de 1,68%). No Rio de Janeiro, a inflação passou de 1,42% para 1,12% e, em São Paulo, de 0,72% para 0,53%. Em Belém, o IPC-S subiu 0,90% (0,65% da semana anterior). Belo Horizonte registrou alta de 0,93%, frente a 1,06%. Curitiba passou de 1,41% para 1,22%. No Distrito Federal, o índice ficou praticamente estável, em 0,68%, ante 0,67% na semana anterior. Florianópolis registrou inflação de 1,05%, frente a 0,82%; Fortaleza, de 0,45%, ante 0,29%; Recife passou de 0,99% para 1,08%; e Salvador, de 0,54% para 0,55%.

Fipe mede famílias até 20 SM

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP) - que mede a variação dos preços no município de São Paulo entre famílias com renda de até 20 salários mínimos - subiu 0,79% na primeira prévia de setembro, ante a alta de 0,99% registrada na última quadrissemana de agosto. Na primeira medição do mês de agosto, o índice havia registrado aumento de 0,67%.

Três dos sete grupos pesquisados pela Fipe indicaram preços acima dos registrados na semana passada. Liderando o avanço, o grupo vestuário passou de 0,12% para 0,19%. Educação apresentou alta de 0,14%, frente a variação positiva de 0,12% na semana anterior e o grupo despesas pessoais apresentou elevação apesar de manter a deflação, passando de uma va-riação negativa de 0,45% para ¿0,23%.

Em direção oposta, o grupo habitação passou de 1,78% para 1,56% na primeira quadrissemana do mês. Transportes ficou em 0,94%, ante a variação de 1,05% da última medição de agosto. Alimentação caiu de 1,06% para 0,54% na prévia de setembro. Saúde registrou variação positiva de 0,27%, ante a alta de 0,61% apurada na semana anterior. Na primeira prévia de agosto, habitação registrou alta de 0,87%; alimentação, aumento de 0,63%; transportes subiu 0,98%; despesas pessoais avançou 0,10%; saúde apresentou variação positiva de 2,12%; vestuário teve deflação de 1,46% e educação teve alta de 0,08%.

kicker: Os grupos alimentação e transportes responderam juntos por 80% da alta do IPC-S.