Título: Cotação sobe com furacão no Golfo do México
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Fonte: Gazeta Mercantil, 14/09/2004, Energia, p. A-7
Os preços do petróleo subiram ontem no mercado internacional, em meio a expectativas de que o furacão Ivan possa alterar gravemente a produção no Golfo do México. Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o preço do barril do óleo tipo WTI para entrega em outubro fechou a US$ 43,87, uma alta de US$ 1,06 em relação a sexta-feira. Em Londres, na Bolsa Internacional de Petróleo, os contratos para outubro do óleo tipo Brent fecharam a US$ 41,06 dólares, após subir US$ 0,86 em relação à sessão anterior.
Os analistas relacionaram a inclinação de alta dos preços com a inquietação dos operadores causada pela trajetória do furacão Ivan e o prejuízo que pode causar na produção de petróleo e gás natural no sul dos Estados Unidos. Algumas companhias, como a Royal Dutch/Shell e a BP já começaram a retirar o pessoal que opera nas plataformas marítimas e se espera que grande parte de suas atividades seja paralisada pela passagem do ciclone. Também estão previstas interrupções no descarregamento de petróleo no terminal em frente à costa de Louisiana, o que reduziria o fluxo de petróleo para as refinarias situadas neste e em outros estados limítrofes.
Nos estados sulinos do Golfo do México ficam as maiores refinarias americanas, e essa área produz cerca de um quarto do total de petróleo e gás natural destinado ao mercado nacional. Os especialistas já advertiram, na semana passada, que os preços poderiam ser pressionados se o furacão que atravessa o Caribe desviasse para oeste, como de fato ocorreu. O furacão Ivan já matou pelo menos 67 pessoas, além de causar danos materiais incalculáveis em sua passagem. Outros fenômenos similares que afetaram em anos recentes o Golfo do México provocaram interrupções na produção de petróleo e gás nessa área e causaram alta dos preços.
Agora, há um nível ajustado de oferta frente à demanda e um baixo nível de reservas armazenadas. Por isso, se as expectativas mais sombrias dos especialistas se concretizarem, os preços podem experimentar uma forte alta nos próximos dias. O Departamento de Energia dos EUA informou na semana passada que as reservas armazenadas de petróleo haviam registrado uma queda de 1,4 milhão de barris na semana anterior.