Título: Taxas recuam mesmo com o aumento do... (pág. B-2)
Autor: Adriana Cotias
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-1

"Nas linhas com spreads elevados, pequenas variações, que até produzem impacto na tesouraria, não chegam a alterar os preços na ponta", diz o diretor financeiro do Banco BMC, Wagner Marchiori. "Já nas modalidades em que a concorrência é maior e o spread é mais apertado, como o segmento de empresas e o de financiamento de veículos, qualquer mudança na taxa básica ou no mercado futuro costuma ser imediatamente repassada."

Para o especialista, um eventual aumento da Selic, em até 0,50 ponto percentual, a 16,5% ao ano, não deve produzir mudanças relevantes no custo do crédito - já que está incorporado aos contratos futuros de juros - ,nem tampouco compromete o ciclo de crescimento da economia. "A margem continua apertando, mas com a expansão aumenta a segurança de quem concede o crédito e a indicação de austeridade do BC pode até dar boas indicações para os investimentos de longo prazo."

Para o economista-chefe do Banco Schahin, Cristiano Oliveira, a maior oferta de crédito também coincide com um certo refreamento da demanda. "O grande boom do crédito veio entre abril e julho e a oferta só aumentou mais tarde."