Título: Exportação de carne bovina em agosto atinge US$ 243 milhões
Autor: Lucia Kassai
Fonte: Gazeta Mercantil, 14/09/2004, Agribusiness, p. B-12

O Brasil exportou US$ 242,9 milhões em carne bovina no mês de agosto, o equivalente a 190,4 mil toneladas. Isso representa um crescimento de 121,5% em receita e 94,8% em volume, informa a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

De janeiro a agosto, o volume cresceu 39,6%, para 1,2 milhão de toneladas. A receita foi 77,7% maior, de US$ 1,5 bilhão. Em apenas oito meses, o Brasil conseguiu atingir a receita obtida com as exportações em todo o ano passado.

"Houve uma forte recuperação de preços no primeiro semestre que não deve se repetir na segunda metade do ano", diz Marcus Pratini de Moraes, presidente da associação.

Neste ano, o preço médio da carne "in natura" está 28,4% maior e é de US$ 1.472,15 a tonelada na comparação com os oito primeiros meses do ano passado. O preço médio da carne bovina industrializada foi 13,9% superior, ficando em US$ 873,76 a tonelada.

Pratini de Moraes prevê que o Brasil vai fechar 2004 com vendas de 1,5 milhão de toneladas de carne bovina e receitas de US$ 2,3 bilhões a US$ 2,4 bilhões. Em 2003 foram 1,3 milhão de toneladas, o equivalente a US$ 1,5 bilhão.

A Abiec está se empenhando na conquista de novos mercados como Malásia e Indonésia, e na ampliação da participação em países como Rússia. Na próxima semana, nove frigoríficos brasileiros devem participar da feira de alimentação World Food Moscou. Neste ano, a Rússia foi um dos principais destinos da carne brasileira, com embarques de 134,1 mil toneladas (equivalente carcaça), volume 90,2% maior que o apurado em igual período do ano passado. As receitas foram 162,4% maiores, de US$ 139,1 milhões. As vendas cresceram apesar da imposição de cotas de importação. No início deste ano, a Rússia designou uma cota de 68 mil toneladas de cortes de carne para diversos países, entre eles o Brasil. Como alguns não conseguiram cumprir suas cotas, o Brasil conseguiu exportar além da cota: 91 mil toneladas de cortes.

Aftosa na Amazônia

Pratini de Moraes não acredita que nenhum país embargue as compras do Brasil em razão do foco de febre aftosa detectado na semana passada no município de Careiro da Várzea, no Amazonas. "O Amazonas não é e nunca foi declarado área livre de aftosa. Por isso, não há motivos para nenhum país suspender os negócios com o Brasil", afirma. Ontem, a Delegacia Federal de Agricultura do Amazonas proibiu o trânsito de gado bovino para fora do estado. Antes, os animais podiam transitar por áreas não livres de aftosa, como Acre e Roraima.