Título: Na escola, a qualidade pode vencer a quantidade
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/04/2008, Editoriais, p. A2
1 de Abril de 2008 - projeto era de avaliação, mas recebeu um nome diferente: Redes de Aprendizagem. A tarefa proposta era medir o desempenho dos estudantes do ensino fundamental nos exames que são padrão no País todo, como o Prova Brasil, que constrói o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para efetivar essa avaliação foi criado o Indicador de Efeito de Redes Municipais (IERM), porque, enfim, esse nível de ensino é, constitucionalmente, de responsabilidade do município. O índice abrange o perfil socioeconômico dos alunos, de suas famílias e do próprio município. Outras variáveis também contavam, como, por exemplo, a inclusão no Bolsa Família, grau de instrução e presença efetiva dos pais, além da jornada de trabalho, inclusive doméstico, que cada criança é obrigada a cumprir. O resultado foi surpreendente. A pesquisa mostrou que é possível criar dez metas indispensáveis para oferecer educação básica de qualidade e usar a idéia de escola, a aprendizagem do conteúdo programático como uma autêntica ferramenta de progresso social. No final da avaliação, de alcance nacional, foi possível identificar 37 municípios, entre os 5.565 do País, que obtiveram um IERM suficientemente alto para incluí-los entre os campeões nacionais de aprendizagem escolar. Vale lembrar que a pesquisa não foi composta apenas da aplicação de provas, mas também levou em conta a condição do município que, mesmo em situação adversa, conseguiu fazer com que suas redes de ensino alcançassem resultados bem superiores aos da média dos municípios brasileiros. Nesses 37 municípios em que professores, pais e governo construíram um pacto pelo direito de aprender foram selecionadas dez práticas sistêmicas para que a rede de ensino efetivamente cumprisse sua tarefa. Esse decálogo tinha uma seqüência que partia do foco na aprendizagem e na prática de rede, privilegiava o planejamento, a avaliação e a formação do corpo docente, valorizava a leitura e o tratamento individualizado do aluno e , principalmente, não apenas aceitava mas incentivava ao máximo parcerias com os que estivessem interessados em colaborar com a educação pública.(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 2)