Título: Grupos investem US$ 1 bilhão em energia solar
Autor: Cardoso, Denis
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/04/2008, Infra-Estrutura, p. C7

As norte-americanas AES Corporation e a Riverstone Holdings LLC anunciaram ontem a criação da AES Solar, empresa que atuará em projetos de geração de energia elétrica solar, primeiramente "em países que oferecerem as tarifas mais atraentes". O novo negócio envolverá investimentos de US$ 1 bilhão em cinco anos - US$ 500 milhões de cada empresa.

A proposta da nova companhia é desenvolver uma "plataforma global de projetos em energia solar". Para isso, a AES Solar pretende "expandir o negócio para países que ofereçam os devidos incentivos de mercado, assim como competitividade de preços com os combustíveis convencionais", segundo comunicado enviado ontem pelo grupo AES.

Embora o Brasil apresente um enorme potencial em energia solar, o setor ainda engatinha por aqui. A razão para isso é o alto custo da tecnologia, cerca de cinco vezes mais cara que a geração de eletricidade a partir de usinas hidrelétricas, a fonte com maior peso na matriz elétrica brasileira.

Procurada pela Gazeta Mercantil, a assessoria de imprensa AES Brasil informou que somente a sua matriz nos Estados Unidos está autorizada a falar sobre a nova companhia. De qualquer forma, os planos futuros da AES no Brasil só devem divulgados quando for conhecido o destino da holding Brasiliana (dona da Eletropaulo e AES Tiête), cujo leilão de venda deve ser realizado ainda neste primeiro semestre. Em 2007, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a intenção de vender sua participação de 49,99% das ações ordinárias e 100% dos papéis preferenciais da Brasiliana. O grupo AES, com 50,01% do capital da holding, tem direito de preferência para adquirir a parte do BNDES.

Ainda segundo a AES, as novas instalações solares estarão conectadas às redes de fornecimento elétrico que alimentam residências, comércios e empresas. Os painéis terão capacidade para 2 MW até mais de 50 MW. "A energia renovável é uma parte cada vez mais importante do portfólio de negócios da AES e hoje representa 20% da nossa capacidade de geração global", diz, em nota, Paul Hanrahan, presidente da companhia.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7)()