Título: Candidatos correm atrás do PMDB em SP
Autor: Ribeiro, Fernando Taquari
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/03/2008, Politica, p. A8

São Paulo, 27 de Março de 2008 - Na briga pelo apoio do PMDB na disputa pela sucessão na capital paulista, PT e DEM estão levando vantagem, segundo o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer. Ele informa que o presidente da legenda no estado, Orestes Quércia, avalia as propostas. "São conversas preliminares até porque o partido ainda cogita a possibilidade de ter candidato próprio. De qualquer maneira, as conversas com o PT e o (prefeito Gilberto) Kassab (DEM) estão avançadas", disse. Segundo Temer, o cargo de vice e a formação de uma coalizão no âmbito municipal serão fatores preponderantes para decisão do PMDB. "Além disso, Quércia tem trabalhando bastante no sentido de conquistar apoio ao candidato do partido ao Senado em 2010", acrescentou. Procurado pela Gazeta Mercantil, o ex-governador Orestes Quércia, que também estava em Brasília, se limitou a dizer, por meio de sua assessoria, que não tinha novidades sobre o tema. O PMDB tem sido cortejado por PT, PSDB e DEM. Os três partidos , inclusive, estariam dispostos a oferecer o cargo de vice aos peemedebistas. A orientação da legenda, entretanto, recomenda coligações com partidos que fazem parte da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que, na prática, em São Paulo, só seria possível com os petistas. Se optar pela candidatura própria, o PMDB deve lançar o nome de Eduardo Joaquim de Oliveira, empresário negro do setor de promoção de eventos. Coordenador da campanha petista em São Paulo, o vereador José Américo Dias, afirmou que os peemedebistas não se manifestaram à respeito da proposta encaminhada pelo PT, que prevê o vice ao PMDB e o apoio para Orestes Quércia concorrer ao Senado em 2010. O presidente da executiva estadual ainda teve ontem um breve encontro com o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP). O tucano disse que o ex-governador mostrou simpatia pela candidatura de Alckmin, mas ressaltou que nenhuma proposta concreta foi feita. O vereador Carlos Apolinário (DEM) reconheceu as negociações com outros partidos, sobretudo, o PMDB e o PR. No entanto, fez questão de enfatizar que o prefeito tem a esperança de formar uma chapa única com os tucanos. "O PMDB também poderá ser nosso parceiro eleitoral. É um partido nacional e tem um amplo tempo no horário gratuito de rádio e televisão", admitiu. Durante a inauguração de uma nova obra viária, ontem, Kassab ignorou as declarações do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que anteontem, disse que a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana era irreversível. O prefeito voltou a insistir na necessidade de coligação com os tucanos. "Entendo como legítimas as manifestações de dirigentes de meu partido em relação a minha candidatura, assim como são naturais as do PSDB. Vou direcionar as minhas energias e ações no sentido de que seja mantida a aliança na cidade de São Paulo desde o primeiro turno", reiterou Kassab. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)()