Título: União assina último contrato de concessão
Autor: Severo, Rivadavia
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/03/2008, Transportes, p. C4
Brasília., 27 de Março de 2008 - O governo federal assinou, ontem, o contrato de concessão do último dos sete trechos rodoviários concedidos à iniciativa privada, em outubro do ano passado, no chamado Corredor do Mercosul. O contrato foi assinado com atraso de 45 dias em relação aos demais trechos, porque o resultado desse leilão foi contestado por ações públicas. Apesar do atraso, o diretor-geral da Acciona no Brasil, Ricardo Rios, empresa vencedora do pregão, disse que não houve prejuízos e que as obras emergenciais de recuperação da estrada começam hoje, quando eles recebem a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para começar a recuperação da estrada. A empresa espanhola venceu o leilão do trecho da BR-393 no Rio de Janeiro que liga o entroncamento da Via Dutra com a divisa de Minas Gerais, em um tramo de 200 quilômetros paralelo ao rio Paraíba. O diretor anunciou que vai investir R$ 550 milhões em obras de recuperação e ampliação da pista durante os 25 anos de concessão. Nos primeiros cinco anos serão feitos os investimentos mais pesados que incluem a duplicação de 30 Km, a partir de Volta Redonda no sentido de Minas Gerais que consumiram R$ 350 milhões. A extensão de 200 Km terá três praças de pedágio no valor de R$ 2,94 que representa um deságio de 27% do preço teto fixado pelo governo. Esse foi o menor deságio entre os sete trechos licitados que tiveram uma média de 46% de redução em relação ao preço máximo. Para que a empresa possa começar a cobrar a taxa é necessária a realização obras emergenciais para melhorar a segurança da pista. O prazo para essas primeiras intervenções é de seis meses e deve consumir R$ 25 milhões em investimentos. O principal financiador do empreendimento será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Rios disse que a empresa vai necessitar de todos os seis primeiros meses para a recuperação da pista porque existem muitas obras a serem feitas na estrada. "Nosso prazo são seis meses e vamos precisar deles", reconheceu o diretor. A empresa tem um faturamento global anual de cerca de R$ 24 bilhões e atua em cinco áreas que incluem infra-estrutura, energia, imobiliária, serviços logísticos e serviços urbanos. No Brasil, a empresa executou a recuperação da Estação da Luz e construiu a Sede da Telefônica em São Paulo, além de obras nos estados do Rio, Minas Gerais e Paraná. O setor de infra-estrutura, onde está alocada a área de concessão, é o maior braço da Acciona que responde por 45% dos negócios da empresa, algo em torno de R$ 10 bilhões. Segundo Rios, a empresa não pretende abrir o capital no País, como fez na Espanha, onde integra o grupo das 35 maiores empresas espanholas cotadas na Bolsa de Madri, o IBEX 35. O diretor afirmou que vai participar dos próximos leilões de concessões de estradas estaduais e que a opção de não participar da disputa do Rodoanel de São Paulo foi estratégica. Segundo ele, o Brasil faz parte do grupo prioritários de países escolhidos pela Acciona como prioritários para investimentos fora da Espanha, junto com os Estados Unidos, Canadá, México, Chile, Polônia, Índia e Austrália. "O Brasil tem estabilidade jurídica para os investimentos, apresenta um forte crescimento econômico e é a décima economia do mundo". (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)()