Título: Melhora externa interrompe seqüência de alta do dólar
Autor: Carvalho, Jiane
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/04/2008, Finanças, p. B2

São Paulo, 2 de Abril de 2008 - O mercado financeiro global - há meses oscilando entre momentos de otimismo e outros de descrença nos rumos da economia americana - fez ontem a opção pelo bom humor. Notícias envolvendo instituições financeiras, como o americano Lehman Brothers e o suíço UBS, associadas a dados menos ruins da economia americana, promoveram o retorno dos investidores para ativos de maior risco. O resultado foi alta nas bolsas de valores, na cotação de moedas dos emergentes e recuo na taxa de risco da região. Medido pelo banco JP Morgan, o risco-Brasil fechou em baixa de 3,82%, a 272 pontos-base. O desempenho das bolsas de Wall Street foi influenciado pelas ações do setor financeiro, em alta. "A idéia que está ganhando força é de que os prejuízos dos bancos com subprimes estão chegando ao fim, que estão sendo divulgadas as últimas baixas contábeis", diz Silvio Campos Neto, economista do banco Schahin. O suíço UBS divulgou uma baixa contábil de US$ 19 bilhões, o que eleva suas perdas com a crise de subprimes para US$ 37 bilhões. Só no primeiro trimestre deste ano, o prejuízo do banco chegou a US$ 12 bilhões. Simultaneamente, a instituição informou que está buscando um aporte de capital de aproximadamente US$ 15 bilhões. No momento do anúncio, as ações do UBS chegaram a subir 6,6%. Outra notícias envolvendo instituições financeiras foi de que o Lehman Brothers vendeu US$ 4 bilhões em títulos para garantir sua liquidez e acabar com os rumores de que estaria com dificuldade em tocar a operação. Além do bom desempenho do setor bancário, a atividade industrial americana caiu menos do que o previsto em março. O índice de atividade industrial (ISM) subiu para 48,6 pontos em março, comparativamente aos 48,3 registrados em fevereiro. As bolsas de valores subiram com força. O índice Dow Jones avançou 3,19%, Nasdaq subiu 3,67% e o S&P 500 fechou com alta de 3,59%. A Bovespa acompanhou o bom humor e subiu 2,96%, a 62.774 pontos. A nova onda de otimismo derrubou o dólar, que vinha subindo há três pregões consecutivos. Ontem, a moeda fechou em baixa de 0,46%, a R$ 1,745. O dólar vinha subindo de valor, principalmente, por conta da maior aversão ao risco, que ontem perdeu força. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)()