Título: Petrobras direciona obras para dique seco em Rio Grande
Autor: Cigana, Caio
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/04/2008, Infra-estrutura, p. C6

Porto Alegre, 3 de Abril de 2008 - A Petrobras já tem pelo menos mais duas obras listadas para o dique seco que está sendo construído em Rio Grande (RS). Além do casco da P-55, confirmado anteriormente pela estatal, a idéia é realizar o trabalho da montagem das chamadas facilidades de produção também no local e assim finalizar o projeto no pólo naval gaúcho. A outra encomenda, segundo gerente geral de engenharia da Petrobras, Antonio Carlos Justi, seria a reforma da plataforma de perfuração P-17, hoje em operação na bacia de Campos. De acordo com Justi, a Petrobras projeta levar para o dique seco de Rio Grande projetos de construção ou reparo de plataformas no valor de pelo menos US$ 5 bilhões nos próximos dez anos, período em que a estatal vai operar a infra-estrutura ainda em construção pela WTorre. "O dique seco será a primeira grande infra-estrutura que vai permitir a docagem, a construção e o reparo de unidades de perfuração, o que até agora só era feito fora do País", lembra Justi. O gerente lembra que, apesar de ser a intenção da Petrobras, a confirmação das duas obras em Rio Grande ainda depende da decisão das empresas que vencerem as licitações para os projetos. "Mas vamos oferecer as instalações do dique seco", explica o executivo. Apenas o caso da P-55 custará US$ 392 milhões. Antes de chegar ao dique seco para a montagem, os blocos do casco serão construídos no estaleiro Atlântico Sul, em Suape (PE). O trabalho em Rio Grande será iniciado ainda no segundo semestre, mesmo que o dique seco deva ser totalmente concluído apenas ano que vem. Segundo Justi, o trabalho das facilidades de produção da P-55 seria realizado entre 2009 e 2011. No caso da P-17, os reparos devem ocorrer durante 2010. De acordo com o gerente de Construção Naval da estatal, Alexandre Garcia, um dos objetivos da reforma será permitir que a plataforma possa trabalhar em uma lâmina d¿água maior e assim perfurar em maiores profundidades. "A P-17 perfura os poços para descobrir ou não petróleo", explica. Visita do presidente Lula O dique seco está recebendo um investimento de R$ 439 milhões (80% da Petrobras e 20% da WTorre) e se especula que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita hoje a Rio Grande, iria anunciar a ampliação do aporte para até R$ 1 bilhão, possibilitando a construção de outras embarcações. Justi se limita a dizer que existem áreas adjacentes que podem ser utilizadas para outras aplicações caso haja demanda e, com isso, seriam feitos os investimentos necessários. Segundo Garcia, a capacidade instalada inicial do dique seco será de construir simultaneamente duas plataformas de porte semelhante aos da P-53 e P-55. Ambas terão capacidade para extrair 180 mil barris/dia. Conforme a projeção de demanda da Petrobras, a previsão é de que o dique fique sem ociosidade. "Não há risco de o dique ficar sem obra", afirma. P-53: concluída em setembro Também em Rio Grande está em construção a P-53, projeto a cargo da Quip S.A., empresa constituída por Queiroz Galvão, Ultratec e Iesa. Orçada em US$ 1,3 bilhão, a plataforma deve estar concluída em setembro e iniciar a produção ainda este ano no campo de Marlin Leste, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Já a P-55 irá para o campo de Roncador, no litoral norte fluminense. Clone da plataforma P-54 A Petrobras informou ontem que foi aprovado o projeto de contratação da plataforma P-62, que será instalada no Campo de Roncador, na Bacia de Campos. Segundo a companhia, será utilizado para a nova plataforma o mesmo projeto usado na construção da P-54, que demorou 41 meses para ser construída. A P-62 será uma unidade do tipo FPSO (Produção, Estocagem e Exportação) , com capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo por dia, além de estocar 1,8 milhão de barris e comprimir 6 milhões de metros cúbicos de gás natural. Essa nova unidade ficará ancorada em profundidade d""agua de 1.545 metros. Assim como a P-54, a P-62 também terá requisitos de conteúdo nacional. A P-54 foi construída após a assinatura de três contratos. Os módulos de compressão de gás foram erguidos pelo consórcio "Dresser- Rand e "Mauá Jurong"; os de geração elétrica pela "Nuovo Pignone"; e a conversão do casco, em Cingapura, ficou a cargo da "Jurong Shipyard", no estaleiro Mauá. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(