Título: Fipe eleva projeção para 4,10% no ano
Autor: Saito, Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 04/04/2008, Nacional, p. A5

São Paulo, 4 de Abril de 2008 - A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) elevou de 4% para 4,10% a estimativa de inflação na cidade de São Paulo para o ano. A revisão considera aumento na taxa de juros básica de juros, hoje em 11,25% ao ano, segundo o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da entidade, Márcio Nakane. O economista afirma que a mudança na projeção deve-se a ajustes e que o cenário de inflação para o ano não é ainda "preocupante". "Há pressões por um lado e o Banco Central (BC) já sinalizou que está pronto para agir. Estamos contando com um cenário de alta de juros", afirma Nakane. O mercado elevou as projeções de 11,25% para 12% no final do ano, após divulgação na última semana do relatório trimestral de inflação do BC. No documento, a autoridade monetária reforçou a sua preocupação com as expectativas de inflação. Para Nakane, no entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom) não deve anunciar um aumento da Selic já na reunião de abril. Antes do aperto monetário, o BC vai analisar mais um pouco o cenário inflacionário, prevê. Na sua avaliação, há pressões de preços que refletem o aquecimento da demanda interna, mas ainda não aparecem nos indicadores. Segundo ele, a inflação da categoria de não-comercializáveis, composta por serviços, está em patamar elevado, acumulando alta em doze meses de 5,66% até março em São Paulo. "Passou de taxas entre 4% e 4,5% em meados de 2007 e começou a acelerar", afirma. Um indicador de reflexos da economia aquecida é aumento de 0,45¨% em março no valor dos aluguéis na capital paulista. "É a taxa mais elevada desde a primeira prévia de outubro de 2000, quando atingiu 0,80%. O IPC-Fipe subiu de 0,19% em fevereiro para 0,31% em março e encerrou o primeiro trimestre com alta de 1,03% - inflação considerada "bem comportada" por Nakane. No acumulado de doze meses, taxa de variação ficou em 4,29%. Para o final de abril, Nakane espera nova aceleração, para 0,51%. Dos sete grupos, apenas educação deve apresentar redução em relação a março, de 0,12% para 0,09%. A expectativa é de elevação de 0,56% nos gastos com habitação, após alta de 0,44%. O destaque é o reajuste de energia, estimado em 2,70%. No grupo alimentação, e economista espera salto de 0,27% para 0,60% em abril. Entre as principais contribuições para a alta estão os aumentos do pão francês e óleo de soja. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)()