Título: Marisa Serrano ameaça acabar com a CPMI
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Fonte: Gazeta Mercantil, 04/04/2008, Politica, p. A9

Brasília, 4 de Abril de 2008 - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que analisa os gastos do governo federal com cartões corporativos e contas tipo B pode se encerrar "diante da intransigência da base aliada em não permitir a convocação para depoimentos de pessoas ligadas à Presidência da República e a requisição de documentos considerados sigilosos". O anúncio foi feito ontem pela presidente da CPMI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).

Ela disse que, se os governistas continuarem a rejeitar os requerimentos de convocação, poderá determinar um prazo para a elaboração de relatório final e determinar o fim das reuniões.

Ontem a base aliada rejeitou a convocação de nove pessoas, oito delas funcionários da Presidência da República. Marisa Serrano anunciou que vai se reunir na próxima semana com o relator da CPMI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), e com o primeiro vice-presidente, deputado Marcelo Melo (PMDB-GO), para decidir os rumos dos trabalhos.

A reunião da comissão foi marcada pela troca de acusações entre governistas e oposicionistas pelo vazamento de dados sobre gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique e de sua esposa, Ruth Cardoso. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) reagiu por ter sido apontado como o responsável pela divulgação do dossiê.

O relator, porém, afirmou que a base tem interesse em prosseguir nas investigações e chegar ao fim dos trabalhos.

Ele acrescentou que a posição do governo é a de não deliberar sobre quebra de sigilo de gastos de funcionários da Presidência da República até que sejam ouvidos especialistas em segurança pública, o que deve ocorrer na próxima terça-feira, dia 8.Os primeiros documentos foram entregues ontem pelo Ministério do Planejamento à comissão: 72 caixas com papéis sobre a movimentação de cartões corporativos e contas tipo B do governo federal. Luiz Sérgio adiantou que vai se reunir com a equipe técnica para estabelecer uma metodologia de trabalho para manusear esses dados.

Na semana que vem, os depoimentos serão do chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Félix; e do ministro do Turismo, Orlando Silva.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Redação - Com agências)