Título: Petrobras deve refinar petróleo pesado brasileiro no Japão
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Fonte: Gazeta Mercantil, 08/04/2008, Infra-estrutura, p. C2

A Petrobras deve adaptar a refinaria recém-adquirida no Japão para processar óleo pesado, segundo informou ontem o presidente da companhia brasileira, José Sérgio Gabrielli. O executivo afirmou que a Petrobras avalia exportar petróleo pesado do Brasil para o Japão para fins de processamento, o que poderia reduzir o volume de petróleo leve comprado da Austrália e da África. "A refinaria não pode processar petróleo pesado, somente petróleo leve. Para obtermos uma conversão profunda na refinaria, precisamos ter um investimento para trazer unidades que provem ser capazes de processar petróleo pesado", acrescentou. "Provavelmente utilizaremos a unidade de tratamento de água, ou HDT, que permite processamento de petróleo pesado", antecipou. A unidade também poderá ser utilizada para outro projeto da companhia, como o de comercializar etanol no mercado japonês. Gabrielli acrescentou que a Petrobras conduz pesquisas logísticas sobre como obter maior vantagem da longa experiência da companhia no mercado de etanol e utilizar a refinaria como um centro de operações na Ásia. "Podemos levar etanol utilizando grandes navios de transporte, descarregar em Okinawa, e de Okinawa para os países asiáticos", disse o executivo. A Petrobras assumiu oficialmente o controle da Nansei Sekiyu K.K. no dia 1º de abril, adquirindo uma participação de 87,5% por 5,5 bilhões de ienes (US$ 54,09 milhões) de um grupo de refinarias japonês ligado à Exxon Mobil . A refinaria, localizada na ilha de Okinawa, no sul do Japão, possui capacidade instalada de 100 mil barris por dia (bpd). Segundo Gabrielli, a produção da unidade será ampliada de 35 mil bpd para 50 mil bpd em breve, avançando para a capacidade máxima futuramente. Investimento de US$ 1 bi O executivo acrescentou que há um estudo para o aperfeiçoamento da refinaria por um valor de aproximadamente US$ 1 bilhão, mas não soube dizer quando será concluído. "A decisão sobre investimentos na refinaria de Okinawa depende do estudo de viabilidade que estamos realizando", disse Gabrielli. "Primeiro, nós vamos otimizar a refinaria e aumentar nossa capacidade de processamento de petróleo para 50 mil barris/dia, a partir da faixa atual de 30 mil a 35 mil barris/dia", disse. Gabrielli afirmou que a trading japonesa Sumitomo, que controla os 12,5% restantes da refinaria, pode elevar a participação no empreendimento até um percentual indeterminado. A Petrobras abastecerá a demanda por combustíveis na ilha de Okinawa e na região continental do Japão, além de China, Cingapura, Taiwan e Vietnã, informou o executivo, acrescentando que a empresa não tem planos para construir unidades petroquímicas na refinaria Nansei. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Reuters e Bloomberg News)