Título: Importação cresce acima do mercado
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/04/2008, Empresas, p. C1

7 de Abril de 2008 - O aumento das importações brasileiras de medicamentos não está relacionado somente ao câmbio - pois ficou acima em termos percentuais do crescimento das vendas internas em dólar -, e nem apenas a alta do consumo local, já que em unidades a evolução do mercado não se aproximou de 3%. Ele está relacionado também a uma substituição de produtos antigos por mais novos, patenteados, portanto, de maior valor, disse o presidente do Conselho da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (Abiquif), José Correia da Silva. "Há substituição sim, mas o crescimento do mercado interno também ajudou a impulsionar as importações, bem como os investimentos públicos na área da saúde", afirmou o presidente-executivo da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), Ciro Mortella. A expansão das compras governamentais de vacinas, imunussupressores, entre outros produtos, também é ressaltada por Silva, mas os números do governo não são contabilizados separadamente. A indústria farmacêutica brasileira registrou em 2007 vendas 2,35% maiores em unidades, ante o ano anterior, para 1,8 bilhão de caixas. O faturamento nominal do setor cresceu 8,5% em reais, para R$ 28,1 bilhões, e 22,8% em dólar, ficando em US$ 14,57 bilhões. O levantamento é do Grupo dos Profissionais Executivos do Mercado Farmacêutico (Grupemef), que verifica as vendas da indústria para varejo, hospitais e setor público. No primeiro bimestre deste ano o mercado ficou um pouco mais aquecido, com vendas 3,2% maiores, de 232,03 milhões de unidades em relação a igual período do ano anterior. O faturamento subiu 7,2% em reais, para R$ 3,72 bilhões, e 29,5% em dólar, a US$ 2,12 bilhões. Mortella estima elevação próxima de 5% este ano em unidades e disse que o desempenho de 2007 ficou dentro das expectativas. O aumento da renda e do consumo da população da classe C, aliado ao fato de o ano ser eleitoral, o que intensifica as discussões e os investimentos governamentais na área da saúde, são os fatores que deverão impulsionar essa alta. "A área da saúde é sempre apontada como um problema e o acesso a medicamentos está inserido neste contexto. Por ser ano eleitoral, acredito que a área receberá mais atenção, com mais políticas públicas e recursos." Se alcançado o número previsto, o setor ultrapassará os níveis de vendas de 1997 - quando a indústria comercializou 1,85 bilhão - pela primeira vez desde então. Nos últimos doze meses até fevereiro, as vendas da indústrias cresceram 0,4%, para 1,808 bilhão de caixas, na comparação com intervalo semelhante imediatamente anterior. O faturamento nominal variou 0,88%, a R$ 28,37 bilhões. Na moeda norte-americana, ficou em US$ 15 bilhões, um aumento de 3,33%, conforme dados do Grupemef. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(I.N.)