Título: Produtores querem sair da lista do Ibama
Autor: Batista, Fabiana
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/04/2008, Agronegócio, p. C4

São Paulo, 7 de Abril de 2008 - O setor ruralista em Mato Grosso reúne-se hoje com o presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Bazileu Alves Margarido Neto, para solicitar uma atualização da lista de 397 propriedades e empreendimentos com problemas ambientais no estado. De acordo Luiz Henrique Daldegan, secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), há fazendas cujos problemas ambientais foram solucionados, mas que ainda são mantidas na listagem. Segundo informações do Ibama, essas áreas não podem ser utilizadas economicamente até sua recuperação ambiental e os agentes do mercado que comprarem produtos agropecuários e florestais destas fazendas poderão ser co-responsabilizados pelo crime ambiental. As penalidades vão de multas a restrição de crédito em bancos oficiais. "As economias dos municípios são afetadas com essas retaliações comerciais", diz o deputado federal Homero Pereira (PR-MT), que acompanha a comitiva rural hoje em Brasília. Uma das empresas do estado que detinham propriedades embargadas era a AMaggi, do governador Blairo Maggi. Na sexta-feira, a assessoria da empresa divulgou que o empreendimento, localizado no município de Feliz Natal, foi retirado da lista. "Trata-se de uma indústria de pequeno porte, cuja atividade destina-se apenas ao aproveitamento de resíduos originados da indústria madeireira. Portanto, não há que se falar em qualquer exploração, e sim numa transformação para aproveitamento de forma sustentável dos resíduos da atividade econômica madeireira, como biomassa na atividade industrial exercida pela Amaggi", informou a assessoria, por meio de nota. "Essa depuração das propriedades que já resolveram suas pendências têm de ser feita", defende Daldegan. Mato Grosso quer também uma reclassificação dos municípios que estão dentro do bioma amazônico. O secretário da Sema afirmou que vai solicitar ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) um levantamento do estado em escala menor para identificar as áreas que estão dentro do bioma amazônico e as que estão fora. Isso para isentar as propriedades que estariam indevidamente enquadradas dentro da resolução 3545 do Conselho Monetário Nacional (CMN) de só obterem financiamento para atividade agropecuária com apresentação de licença ambiental. "Há propriedades que estão dentro de um município enquadrado no bioma, mas que não pertencem a esse ecossistema. Isso precisa ser corrigido", diz Daldegan. Ele explica que a escala dos estudos que hoje definem esses limites é de 1 para 5 milhões, proporção que deve ser, segundo o secretário, de 1 para 250 mil. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)()