Título: Para tucanos, aliança com DEM é o caminho
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 09/04/2008, Politica, p. A8

O reconhecimento da força política da ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), em uma possível disputa pela Prefeitura de São Paulo - diante dos bons resultados das recentes pesquisas de intenção de voto, que coloca a ex-prefeita à frente com uma folga que varia entre seis e oito pontos percentuais -, acendeu a luz amarela no PSDB que se volta agora com mais atenção à aliança com os democratas do prefeito Gilberto Kassab. O alerta veio do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), responsável pela articulação interna pró-Alckmin. Guerra, que passou o dia em negociações e conversas com o governador José Serra e o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que uma dobradinha PSDB e DEM seria vitória certa. "Temos de resolver isso. Não há dúvida de que a aliança com o DEM é o caminho para a gente ganhar em São Paulo", afirmou Guerra. Ele diz que todos querem uma aliança com o DEM, mas a divergência sobre a forma predomina no debate, ao reconhecer que o PSDB paulistano continua dividido entre o grupo que apóia a reeleição de Kassab e a ala que é favorável à candidatura do ex-governador. Ontem, em Brasília, o ex-governador e pré-candidato tucano disse não ter dúvidas de que Marta será a candidata do PT e que certamente ela vai estar no segundo turno. Na avaliação do tucano, o PT paulista conta entre 25% e 30% dos votos da capital, levando automaticamente a ministra para a fase final da disputa. Ao contrários dos colegas de partido, no entanto, ele diz não estar preocupado com os resultados das pesquisas eleitorais que apontam a subida de Marta. Segundo pesquisa Ibope divulgada segunda-feira, a petista tem 31% da preferência dos votos, seguida por Alckmin com 23% e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), com 14%. A passagem do ex-governador por Brasília foi discreta. Conversou com as bancadas do partido no Senado e na Câmara e saiu sem nenhuma definição. No máximo alguns afagos públicos de lideranças do partido. Entre os senadores, durante um almoço, Alckmin reiterou sua defesa pela candidatura própria, mas evitou pressionar o correligionários. Disse que espera uma rápida decisão do comando do partido e que de preferência seja em torno da unidade. "A força de uma candidatura própria depende da unidade partidária. E isso estamos costurando. Eu só serei candidato, como homem de partido, se o PSDB quiser", declarou o ex-governador. Alckmin evita polemizar a divisão partidária e diz que as divergências internas de seu partido -- parte ligada ao governador José Serra (PSDB) apóia a reeleição do Democrata - é saudável para produzir um projeto único para o PSDB paulista. "Não existe Alckmistas e Serristas, existem tucanos. O fato de ter discussões internas é muito bom", afirmou. Dos senadores, o tucano ouviu que o partido ainda está dividido e que não se pode deixar de lado uma possível aliança com o DEM. Geraldo Alckmin negou a possibilidade de um namoro com o PMDB do ex-governador Orestes Quércia. Na Câmara, Alckmin não tratou diretamente de sua candidatura. Fez críticas à política econômica do governo Lula e cobrou uma postura incisiva dos oposicionistas. Não fosse o deputado Waldir Neves (PSDB-MS), teria deixado o encontro sem mencionar a candidatura. "A sua vitória em São Paulo representa o ressurgimento do PSDB rumo ao Planalto em 2010", disparou Neves. Marta se diz confortável A ministra do Turismo, Marta Suplicy, afirmou ontem que o resultado da pesquisa do Ibope que a coloca 8% a frente do seu principal adversário, Alckmin, a deixa em uma situação confortável e é, disse, um reconhecimento da população de São Paulo pelo trabalho que realizou quando foi prefeita, segundo publicado na página da internet da TV Cidade Verde, do Piauí. "Tenho muito tempo para pensar se aceito ou não a proposta de ser candidata", disse ela, afirmando que o resultado a anima a enfrentar o pleito. Para a ministra, a prudência é a melhor estratégia. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Márcio Falcão)