Título: Oportunidades entre Brasil e Espanha
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 09/04/2008, Internacional, p. A11

Brasil e Espanha apostam em continuar aprofundando suas relações econômicas mútuas e com os países latino-americanos, frente aos Estados Unidos, que parece estar priorizando os países emergentes asiáticos, destaca o relatório "Oportunidades e Riscos Estratégicos para a Economia Espanhola", divulgado ontem em Madri. "Quem está se encarregando de que a América Latina não perca a importância (econômica) é o Brasil", afirma o economista Alfrado Arahuetes, um dos autores do estudo. O documento, obra do Real Instituto Elcano, faz um resumo de forma comparada das oportunidades e riscos das economia espanhola, brasileira, americana e alemã e suas distintas interdependências. "O Brasil não quer perder relação com os grandes", disse Arahuetes, em referência aos Estados Unidos, seu principal sócio comercial e investidor, ou a União Européia, com especial ênfase na Espanha, mas "tem um enfoque forte com a América Latina"."Este giro para a América Latina aconteceu nos últimos 12 ou 13 anos, mas é um fenômeno que vai além", insistiu Arahuetes, antes de lembrar que a "Espanha compartilha com o Brasil este vínculo com a América Latina". "O Brasil se encontra em um momento economicamente exuberante", afirmou o embaixador brasileiro em Madri, José Viegas Filho, antes de apontar as relações hispano-brasileiras como "especiais, estratégicas". O diplomata lembrou que seu país é "o maior mercado emergente do mundo, que recebeu US$ 34 bilhões em investimentos diretos em 2007 com uma inflação razoável, em torno de 4,5%". No entanto, Viegas destacou o consumo interno, "que cresceu 6,5% em 2007, como o principal motor da economia brasileira", que progrediu 5,4% ano passado. `O Brasil representa uma oportunidade estratégica para a Espanha, que é o segundo investidor no país sul-americano, concluiu Paul Isbell, pesquisador do Instituto Elcano e coordenador do relatório apresentado em Madri. "O papel dos investimentos espanhóis é crucial", acrescentou o embaixador, ao considerar que o Brasil registra uma "segunda onda de investimentos espanhóis". (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(AFP)

--------------------------------------------------------------------------------