Título: Remessa de lucros registra recorde de US$ 17,9 bi em 2007
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 10/04/2008, Nacional, p. A6

Brasília, 10 de Abril de 2008 - O Banco Central revelou que as remessas de lucro e dividendos subiram mais de cinco vezes nos últimos oito anos. A cifra saltou de US$ 3,1 bilhões, em 2000, para um recorde de US$ 17,9 bilhões no ano passado. O aumento reflete o dinamismo da economia brasileira. A informação consta do relatório preliminar divulgado ontem pela autoridade monetária, que traça o comportamento do Investimento Estrangeiro Direto (IED) e das remessas de lucros e dividendos desde 2000. Em 2006 o total de remessas e dividendos US$ 12,4 bilhões. Este valor apresentou um crescimento 44% em 2007 que fechou com o total de US$ 17,9 bilhões. Os investimentos diretos estrangeiros somaram de US$ 30 bilhões em 2006, e em 2007 bateram o recorde com US$ 34,6 bilhões. O montante de recursos enviado por filiais multinacionais instaladas no Brasil às sedes no exterior equivale a 7,58% de todo o estoque de investimentos estrangeiro direto no País, que atingiu US$ 322,5 bilhões em 2007. O valor representa quase o triplo do observado há oito anos, quando o estoque era de US$ 122,3 bilhões. O crescimento da economia brasileira, que influenciou o aumento da lucratividade das empresas, explica o avanço das remessas ao exterior nos últimos anos, diz o relatório. "A aceleração do crescimento econômico e o conseqüente aumento da lucratividade das empresas têm contribuído para a tendência de elevação da razão entre remessas brutas e estoque de IED", complementa o documento. O relatório do BC cita ainda que a entrada de investimentos diretos no País passou por um momento de oscilação, para cima e para baixo, nos últimos oito anos. Mas a escalada mais recente, que perdura até hoje, começou a partir do segundo trimestre de 2006. Apenas em 2007, a cifra bateu um recorde de US$ 34,6 bilhões. A autoridade monetária espera fechar 2007 com ingresso de investimento estrangeiro direto no País de US$ 32 bilhões, acima da expectativa do mercado, que indica US$ 30 bilhões. Maiores investidores No documento, a autoridade monetária informa também a representatividade da origem dos recursos por país e os setores que mais receberam os investimentos. A Holanda liderou as aplicações no País em 2007 ao investir US$ 8,1 bilhões, o equivalente a 23,7% do total. A cifra mais que dobrou em relação aos US$ 3,5 bilhões apurados em um ano atrás. Em seguida, os Estados Unidos responderam por 17,7% do IED do Brasil, ao totalizarem US$ 6 bilhões, cifra de US$ 1,5 bilhão acima do aplicado em 2006. Os investimentos de Luxemburgo ocuparam o terceiro lugar no ranking do IED do Brasil. O valor chegou a US$ 2,8 bilhões em 2007, após somar apenas US$ 746 milhões em um ano atrás. O relatório do Banco Central não revela o histórico dos últimos oito anos das aplicações estrangeiras por país. O Banco Central revela no relatório que o setor de serviços foi o segmento que mais recebeu recursos estrangeiros no País em 2007. O valor foi de US$ 16,1 bilhões, acima dos US$ 12,7 bilhões no ano anterior. E chegou a 46,9% do total. Os maiores valores concentram-se mais nos serviços financeiros e atividades auxiliares. A indústria recebeu quase o dobro dos recursos no ano passado sobre 2006, com 39,3% do total ou US$ 13,4 bilhões. E os recursos na agricultura, pecuária e extrativa mineral somaram US$ 4,7 bilhões, quase quatro vezes mais do que no ano anterior, informa o BC. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)()