Título: Inflação mais alta aumenta apostas em aumento da Selic
Autor: Góes, Ana Cristina
Fonte: Gazeta Mercantil, 10/04/2008, Finanças, p. B2

São Paulo, 10 de Abril de 2008 - O anúncio de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,48% em março, acima da expectativa de 0,35% do relatório Focus e praticamente estável ante o 0,47% registrado em fevereiro, foi considerada pelo mercado como um sinal certeiro de que o Copom (Comitê de Política Monetária) irá aumentar a Selic na reunião dos dias 15 e 16, interrompendo a seqüência de manutenção na taxa básica de juros.

Algumas instituições que ainda apostavam na manutenção da taxa decidiram rever suas estimativas após a divulgação do indicador de inflação. "O mercado está apostando agora que a Selic vá subir entre 0,25 e 0,5 ponto percentual na próxima reunião", disse o gestor da Advisor Asset Management, Ronaldo Zanin.

A expectativa mais forte de aumento na Selic pautou as decisões do mercado ontem, disparando uma alta nos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O DI de janeiro de 2009, o mais negociado, registrou taxa de 12,47%, ante 12,36% do ajuste anterior. Janeiro de 2010 ficou em 13,27% ao ano, contra 13,16% do último fechamento.

No câmbio, o fluxo positivo, a expectativa de que o Fed promova um novo corte na taxa de juros americana e a perspectiva de alta na Selic contribuíram para a sétima queda consecutiva do dólar comercial. A moeda americana encerrou em baixa de 0,24% para R¨$ 1,69 na venda e R$ 1,688 na compra e acumula desvalorização de 3,59% no período.

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) não conseguiu manter a alta registrada na terça-feira passada e terminou ontem em baixa de 1,65%, aos 63.476 pontos.Em Wall Street, o anúncio de que o FMI revisou para baixo a previsão de crescimento dos Estados Unidos e que o país deve sofrer "uma leve recessão" este ano, a alta de 2,3% no barril de petróleo WTI, que terminou o dia cotado a US$ 110,96, e as revisões para baixo nos resultados corporativos do primeiro trimestre impuseram mais um dia de baixa nas bolsas. Dow Jones fechou em queda de 0,39%, o índice SP&500 cedeu 0,81% e o Nasdaq recuou 1,13%. Na Europa, o FTSE-100, de Londres, caiu 0,11%, o DAX, de Frankfurt, declinou 0,75% e o CAC 40, de Paris, retrocedeu 0,77%.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)()