Título: Brasil perde posições em uso de tecnologia
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 10/04/2008, Ti & Telecom, p. C4

São Paulo, 10 de Abril de 2008 - O Brasil continua perdendo posições em relação a outros países no Relatório Global de Tecnologia da Informação, que teve sua última versão divulgada ontem pelo Fórum Econômico Mundial. Agora o País ocupa a 59 colocação, seis abaixo daquela que ocupou no ano passado, quando já tinha recuado dois postos. Foram avaliadas 127 nações. A perda de posição ocorre mesmo com melhorias de uso por parte das empresas e governo. O Brasil também costuma liderar ranking de números de média de horas navegadas na internet por usuários, segundo dados do Ibope/NetRatings, o que indica que a porcentagem da população com acesso residencial utiliza bastante o recurso. Mas tudo isso não se reflete em avanços mais rápidos que outros países em desenvolvimento. O Brasil foi considerado o pior em peso de impostos e entre os 10 piores em peso da regulação e qualidade da educação. As melhores notas ficaram no uso de redes pelo governo e pelo mercado corporativo, e no grau de preparo das empresas. O País foi ultrapassado, em relação ao ranking do ano passado, principalmente por países do Oriente Médio, como a Jordânia e o Kuwait. A Arábia Saudita e Omã, que foram adicionados ao estudo este ano, também ficaram situados na frente. Dentre as nações da América Latina e Caribe, o Chile (34) é o melhor colocado. O Brasil ainda fica atrás de Barbados (38), Porto Rico (39), Jamaica (46) e México (58). Argentina e México também perderam posições. O estudo é baseado no Índice de Preparo de Rede, que já é medido há sete anos. A escola de negócios Insead, localizada nos arredores de Paris, é a responsável pela elaboração para o Fórum Econômico Mundial. O índice avalia o grau de desenvolvimento dos países por três aspectos principais: infra-estrutura de TI e Comunicações (TIC) oferecida, preparo da sociedade (indivíduos, empresas e governos) para utilizar os recursos e o nível de uso efetivo. A partir desses ângulos, existem 68 variáveis que compõem o índice. Liderança nórdica A Dinamarca e a Suécia mantiveram as duas primeiras posições em comparação com o último ano. Cinco países nórdicos conseguiram se colocar entre os 10 melhores, os mesmos da versão anterior. A Coréia do Sul alcançou o resultado mais significativo ao ganhar 10 colocações, chegando à 9. A China também subiu, cinco postos, para o 57. Mas a mais rápida escalada foi a do Egito, que superou 16 países para se colocar em 63, uma das poucas notícias positivas para o continente africano, que permanece tendo os países menos preparados. A África do Sul é o mais bem-colocado, em 51. Desde 2002, quando a metodologia em uso foi adotada pelo Insead, o Brasil perdeu colocações ano a ano, tanto para novos países que passaram a ser avaliados quanto para nações que evoluíram mais rapidamente. Em 2002, o Brasil ficou em 29 - 30 na frente da atual posição. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)(Carlos Eduardo Valim)