Título: PFL abre novo processo contra ACM
Autor: Paulo de Tarso Lyra e Daniel Pereira
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/09/2004, Política, p. A-7

A Executiva Nacional do PFL abriu ontem processo de expulsão do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), acusando-o de ser o articulador político do jantar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com senadores pefelistas, realizado na noite de segunda. A partir da intimação, que caberá ao relator, deputado Eduardo Sciarra (PFL-PR), ACM terá oito dias para se defender. O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), classificou o jantar de triste cena de cooptação política. "Até fevereiro, quem fazia a cooptação partidária era o ex-subchefe da Casa Civil, Waldomiro Diniz. Agora, a pedido do ministro José Dirceu, passou a ser o próprio presidente Lula", criticou Bornhausen.

Após as eleições, a postura dos demais cinco senadores que participaram do jantar será avaliada pela cúpula pefelista. Não está descartada a intervenção do comando partidário nos diretórios do Maranhão, Bahia e Tocantins.

Segundo Bornhausen, todos os participantes do jantar desrespeitaram uma orientação partidária de se colocar em oposição ao governo Lula. Apesar disso, não há pedido de expulsão contra os demais pefelistas, dentre eles a senadora Roseana Sarney (MA), que foi a candidata do PFL a presidente da República em 2002. ACM não demonstrou preocupação com a abertura de um novo processo de expulsão contra ele. Afirmou que a lembrança que tinha do deputado Ônix Lorenzoni (PFL-RS), autor do requerimento, era de uma visita do pefelista gaúcho ao seu gabinete para oferecer-lhe uma "lingüiça especial" do Sul. "Me parece que ele é candidato do PFL a prefeito de Porto Alegre, mas não sem expressão", ironizou ACM. Paulo de Tarso Lyra e Daniel Pereira