Título: Novo valor da verba de gabinete deve ser definido nos próximos dias
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Fonte: Gazeta Mercantil, 11/04/2008, Politica, p. A9

11 de Abril de 2008 - Os efeitos da disputa pela presidência da Câmara começam a surgir mesmo a um ano das eleições para o cargo. Ontem, o atual presidente da Casa, Arlindo Chinaglia, informou que na próxima semana vai definir o reajuste da verba de gabinete dos 513 deputados federais. O valor ainda não está definido, mas comenta-se nos bastidores que o aumento deve ser de R$ 10 mil. Cada deputado recebe, por mês, uma verba de gabinete de R$ 50.815. O recursos podem financiar a contratação de cinco a 25 funcionários, em Brasília ou nos estados - com salários que variam de R$ 555 até R$ 8 mil. São gastos anualmente R$ 338,785 milhões para custear os vencimentos de 9,5 mil secretários parlamentares - nome dado a estes assessores. Para definir o novo valor, Chinaglia encomendou à assessoria técnica da Casa um estudo comparativo para identificar o último reajuste concedido à verba de gabinete, assim como os últimos reajustes salariais dados aos servidores dos poderes Legislativo, do Executivo e do Judiciário.Chinaglia afirmou que pretende não apenas repor as perdas com a inflação, mas também conceder um aumento real. Segundo o presidente da Câmara, o reajuste é justo porque esses funcionários estão desde 2005 sem correção salarial. "Se você me disser que tem um trabalhador que não quer aumento, eu não vou entender. A Câmara está fazendo estudos e será um aumento dentro das nossas possibilidades financeiras", afirmou Chinaglia. Nos corredores da Câmara, circula a notícia de que o aumento de Chinaglia foi uma resposta ao segundo secretário da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que costura sua candidatura à presidente da Casa e liderava entre os deputados um movimento pela revisão da verba e em troca cobrava apoio em sua candidatura. Nogueira, oficialmente, nega qualquer mobilização neste sentido e diz o aumento é justo para recuperar perdas salariais. "O Congresso pode ser criticado por isso, mas é praxe em todo início de legislatura ampliar os salários dos funcionários que não têm reajuste há algum tempo", destacou Nogueira. O último reajuste da verba foi aprovado pela Mesa da Câmara em março de 2005, passando de R$ 35 mil para os atuais R$ 50 mil. A medida foi determinada sob a gestão do ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou ao mandato depois de ser acusado de cobrar proprina do proprietário de um dos restaurantes da Câmara. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(M.F.)