Título: PSDB e DEM reconhecem ser difícil aliança em São Paulo
Autor: Ribeiro, Fernando Taquari, Nascimento, Sandra
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/04/2008, Politica, p. A8

São Paulo, 15 de Abril de 2008 - Pressionados pelo "rolo-compressor" do governo Luiz Inácio Lula da Silva, as cúpulas do PSDB e dos Democratas, principais partidos de oposição, reuniram-se ontem na capital paulista com o objetivo de unificar o discurso e buscar uma atuação mais forte no Congresso, para fazer frente à maioria governista na Casa. Apesar do discurso de unificação, líderes das duas legendas admitiram as dificuldades para o lançamento de uma chapa única nas eleições municipais de São Paulo e em Salvador, capitais-berço das duas legendas. "Há um pacto de não-agressão em São Paulo e em todo lugar, o partido não aceitará uma atuação fora deste contexto", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sergio Guerra (PE), admitindo, por sua vez, as dificuldades para uma chapa única na capital paulista. "Não tenho condições de dizer se há condições (da aliança), prosperar aqui em São Paulo, eu vejo duas candidaturas", numa referência ao ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato pelo PSDB e o prefeito Gilberto Kassab, provável candidato à reeleição pelo DEM. Guerra ressaltou que mesmo que essa tendência se concretize, os dois partidos não deverão entrar em confronto. "Como líder do meu partido espero que o prefeito Gilberto Kassab não desista da candidatura à reeleição", disse o líder do DEM na Câmara, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA). Para o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), a atual liderança da ministra do Turismo Marta Suplicy (PT-SP) nas pesquisas não deve preocupar. "A Marta tem o patamar do PT, além disse terá dificuldades de crescer". Casuísmo eleitoral Ao final do encontro, que durou pouco mais de uma hora, Guerra e o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), fizeram um resumo das decisões dos partidos. Além de definirem a necessidade de um ajuste na conduta dos dois partidos em relação às eleições municipais, foram incisivos em relação à uma tentativa de terceiro mandato para o presidente Lula. "Não vamos votar no Congresso nada que signifique uma mudança nas regras eleitorais, não vamos aceitar nenhuma forma de casuísmo", disse Guerra. Quanto aos projetos de interesse dos aliados, afirmaram que "não vamos ficar a reboque das iniciativas do Executivo". Ao chegarem para a reunião, as lideranças dos dois partidos foram unânimes em dizer que o trabalho da oposição no Congresso Nacional é muito árduo, pois o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ampla maioria. Mesmo assim, eles acreditam que é possível encontrar um caminho para otimizar este trabalho. "A oposição quer sempre melhorar e este encontro é uma chance para isso", destacou Guerra. Participaram do encontro PSDB-DEM o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen (SC), os senadores Sérgio Guerra (PSDB), o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), Agripino Maia (PSDB-RN), Marisa Serrano (PSDB-MS), Marco Maciel (DEM-PE) e os deputados ACM Neto (DEM), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rodrigo de Castro (PSDB-MG) e José Aníbal (PSDB-SP). (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)()