Título: Apex quer mais microempresas na exportação
Autor: Exman, Fernando
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/04/2008, Nacional, p. A5

Brasília, 17 de Abril de 2008 - Em meio ao esforço do governo para elevar as exportações do País, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) prepara um programa inédito para trabalhar em conjunto com empresas que comercializam e distribuem produtos nacionais no exterior ¿ as chamadas trading companies. O objetivo do projeto é aumentar em 500 a 1 mil o número de micro e pequenas empresas exportadoras, as quais contariam com os serviços das trading para passar a vender ao exterior. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) ainda não concluiu o balanço dos exportadores brasileiros. Apesar da elevação do valor e do volume das exportações, os dados de 2005 e 2006 mostram a redução da presença das empresas brasileiras de pequeno porte no comércio exterior. Em 2006, por exemplo, 5.769 microempresas exportaram US$ 272,3 milhões. No ano anterior, US$ 283,7 milhões foram embarcados por 5.906 micro-companhias. No total, o número de exportadores caiu de 23.726 para 23.113 no período, segundo o MDIC. A valorização do real em relação ao dólar é um dos fatores que prejudicaram os pequenos empresários. Só as empresas de maior tamanho conseguem suportar os efeitos do câmbio e manter seus produtos no mercado externo. Sabe-se que um cliente que sofreu problemas de fornecimento é mais difícil de reconquistar. Por isso, a Apex quer trabalhar com as trading. Segundo o coordenador da Unidade de Imagem e Acesso a Mercados da Apex, Juarez Leal, as trading podem garantir a estrutura necessária para que as empresas permaneçam exportando. Além de saberem melhor as características dos diferentes mercados, explicou, uma trading possui pessoal capacitado e conhecimentos de logística. "Queremos viabilizar mais exportações incentivando a cadeia de serviços, desenvolvendo caminhos e dando uma solução completa ao pequeno exportador", argumentou Leal. "A competitividade dos produtos não é só o único fator. Há também o serviço para acessar mercados, logística, expertise, financiamentos e desenvolvimento de produtos. Algumas trading oferecem tudo isso." Com a ajuda da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), a Apex concluirá até o fim do mês que vem um mapeamento das trading interessadas em participar do projeto. Elas serão catalogadas de acordo com a área de atuação e os países para os quais exportam. Será pesquisado também que tipo de apoio gostariam de ter da Apex, como a promoção de rodadas de negócio, feiras ou a construção de centros de distribuição de mercadorias. "Vamos montar um plano de trabalho conjunto", disse o técnico da Apex. De acordo com estimativas do governo, atuam hoje no Brasil cerca de 1.500 trading companies. Elas estão mais presentes nos setores de alimentos, bebidas, móveis, construção civil e vestuário. "Para nós, quanto mais melhor. A nossa intenção é focar os segmentos de maior valor agregado." O Projeto Trading priorizará ações em Angola, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, México e China. Os três primeiros países servem de porta de entrada e pontos de distribuição para suas respectivas regiões, como a África, a Ásia do Leste e o Oriente Médio. Já o interesse na China e no México deve-se aos grandes mercados internos que esses países detêm. No caso do gigante asiático, explicou Leal, as trading serão ainda mais úteis porque conhecem as particularidades das negociações comerciais locais. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)()