Título: Bush, Calderón e Harper saem em defesa do Nafta
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Fonte: Gazeta Mercantil, 23/04/2008, Internacional, p. A11

Washington, 23 de Abril de 2008 - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, interveio no debate sobre o Acordo de Livre Comércio para a América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), afirmando que o pacto não deve ser abandonado e nem tampouco renegociado, conforme sugeriram os dois candidatos presidenciais democratas. "Este não é o momento de renegociar ou abandonar o Nafta", disse Bush ontem na Cúpula de Líderes da América do Norte, em Nova Orleans. O acordo comercial está sendo criticado porque a indústria americana perde empregos e a economia como um todo passa por uma grave crise. Tanto o senador Barack Obama, por Illinois, quanto a senadora Hillary Clinton, por Nova York, afirmam que, se eleitos, reformularão o tratado. Ladeado pelo primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, e pelo presidente mexicano, Felipe Calderón, Bush defendeu o pacto de 1994, como uma "decisão audaciosa" para a derrubada de barreiras. Ele até se referiu indiretamente a Bill Clinton, marido da senadora, que guiou o Nafta até sua aprovação, quando foi presidente. "Foi uma medida de líderes anteriores que acreditaram no futuro, uma medida que beneficiou consideravelmente nossos três países", disse Bush. Calderón reiterou os comentários de Bush, afirmando que o Nafta deve ser fortalecido e revigorado, e não revisto. "Não é este o momento de se pensar sequer em emendá-lo ou cancelá-lo", disse Calderón. Segundo o presidente mexicano, a revogação do pacto levaria a um aumento da migração do México para os EUA, agravando ainda mais a situação na fronteira meridional dos EUA. Embora Bush tenha definido as críticas ao Nafta como uma "linha política descartável", Calderón e Harper não quiseram aprofundar-se na política presidencial americana. Ambos previram cordiais relações com o sucessor de Bush e manifestaram sua confiança em que o próximo presidente reconhecerá os benefícios do tríplice acordo comercial. Harper afirmou que está disposto a discutir uma renegociação do Nafta, embora não acredite que a reformulação do pacto seja a "prioridade certa". "Estamos dispostos a fazer qualquer coisa nossos parceiros queiram fazer", disse Harper. "Se um deles quiser renegociar o Nafta, renegociaremos, mas não é esta a posição que preferimos". O presidente do sindicato dos caminhoneiros, Jim Hoffa, disse ontem que a afirmação de Bush de que o Nafta foi benéfico para as três economias demonstra que ele está fora da realidade. "O Nafta foi bom para alguns dos amigos dele, que possuem companhias multinacionais, mas foi terrível para os trabalhadores de toda a América do Norte", afirmou em um comunicado. Bush disse que sua maior preocupação na área do comércio exterior não é o Nafta, e sim o acordo comercial entre EUA e Colômbia, que está estagnado. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Dow Jones Newswires Washington)