Título: Secretaria de São Paulo lista as 100 indústrias mais poluentes
Autor: Scrivano, Roberta
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/04/2008, Nacional, p. A9

São Paulo, 24 de Abril de 2008 - A Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, por meio da Cetesb, divulgou ontem a lista das cem maiores indústrias emissoras de gases causadores do efeito estufa do Estado de São Paulo. A Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), do grupo Usiminas, é a primeira colocada e responsável por 6,35 milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono de origem fóssil). Em segundo, terceiro e quarto estão as refinarias Replan, Revap e RPBC, respectivamente, todas do grupo Petrobras. De acordo com dados da Secretaria, só a Replan, responsável pela produção de derivados do petróleo, emite 3,12 milhões toneladas de CO2 anualmente. A Revap, por sua vez, emite 2,10 milhões de toneladas de CO2/ano. E a RBPC, 1,94 milhões de toneladas. A Petroquímica União (PqU) é a quinta colocada com 1,46 milhão de toneladas do gás por ano. As primeiras oito colocadas no ranking respondem por 18,26 milhões de toneladas por ano, ou 63% do total. Procurada, a Cosipa informou que divulgará uma nota sobre o assunto até esta quarta-feira. A Petrobras respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, "que o grupo ainda não tomou conhecimento formal das informações e que se pronunciará assim que possível". E a PqU não quis comentar imediatamente. Para realização do levantamento foram selecionadas 371 empresas com maior potencial de emissão do gás. Destas, 329 responderam voluntariamente a uma avaliação aplicada pela Secretaria a partir de critérios do Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC), considerando o consumo de combustível e a produção industrial da empresa. A proposta de realização do inventário surgiu por sugestão do ex-secretário de Meio Ambiente José Goldemberg. "A lista não é um instrumento de punição, mas dá condições de engajar a Cetesb em negociações com esses emissores para acordos voluntários". Nelson Pereira dos Reis, diretor do departamento de Meio Ambiente da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), declara que o setor tem sido proativo na questão das mudanças climáticas. "O fornecimento voluntário das informações é uma mostra da transparência que a indústria trata do tema", comenta. De acordo com o secretário Xico Graziano, o investimento em eficiência energética e em novos processos de tecnologia de produção são o caminho que as indústrias deverão começar a seguir para reduzir as emissões."Imagino que no setor empresarial ninguém mais duvida de que essa é a agenda. Na competição global, é fazer ou fazer. Na Europa o consumidor já escolhe o seu carro considerando a emissão". O CO2, muito confundido com o CO (monóxido de carbono), não é considerado um poluente. Seus efeitos estão relacionados ao aquecimento global. A indústria é responsável por um terço da emissão do gás. Os outros dois terços têm origem em setores como comércio, transporte, energia, em aterros sanitários e domicílios. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)()