Título: Brasil terá US$ 32 bi de encomendas de aviões
Autor: Machado, Ana Paula
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/04/2008, Transportes, p. C2

São Paulo, 24 de Abril de 2008 - O Brasil em 2026 terá uma frota de 461 aviões de todas as marcas, sendo 332 novos, o que renderá negócios de US$ 32 bilhões. Os dados foram divulgados pela Airbus, que estimou vendas de US$ 123 bilhões na América Latina com 1.448 aeronaves novas. O vice-presidente da companhia para a América Latina, Caribe e Espanha, Rafael Alonso, disse que o Brasil é o segundo país da região com a maior taxa de crescimento de frota, ficando atrás somente do México. "Segundo nossas estimativas, no México a frota de aeronaves novas chegará a 480 unidades em 2026. Porém, em valores o volume de negócios será semelhante ao do Brasil. Lá, as companhias compram mais aviões de até 140 passageiros e no Brasil a procura maior é por modelos de grande porte", afirmou Alonso. Segundo ele, no México há 14 empresas aéreas em um mercado competitivo. No mundo, o maior mercado, segundo a Airbus será os Estados Unidos, com cerca de 5,8 mil novas aeronaves em sua frota, seguido pela China com 3 mil aparelhos e pelo Reino Unido com 1 mil aviões. "No período de 20 anos o Brasil estará entre o 12 e 14 maior mercado mundial", ressaltou o executivo. De acordo com os dados da Airbus, a taxa de crescimento anual do volume de tráfego na América Latina será de 6% acima da média mundial, de 4%. "O Brasil, como a maior economia da América Latina, terá um crescimento forte no tráfego aéreo e isso deverá se acentuar nos próximos 20 anos. É um mercado onde estamos aumentando nossas vendas", disse Alonso. Nos últimos 10 anos, 70% das vendas da Airbus foram para companhias da América Latina e deste percentual 65% dos negócios foram firmados com empresas brasileiras. "Esperamos que, no futuro, nossa presença seja ainda maior com os novos modelos em operação", disse Alonso. No País, a fabricante européia já tem contratos firmados no início deste ano com a TAM para 22 A350, 20 aviões da família A320 e mais quatro A330. Além de um acordo com a Synergy Aerospace, controladora da OceanAir e Avianca, para contrato firme para 10 A330, 20 A319/A320 e um memorando de entendimento para a compra de 10 A350. "Temos ainda pedidos firmes do fundo Matlin Patterson, acionista da Varig Log, para seis cargueiros A330-200F", afirmou Alonso. Além das encomendas anunciadas da TAM, o executivo afirmou também que a empresa brasileira está estudando a possibilidade de operar o maior avião do mundo, o A380. "Estamos em conjunto avaliando em quais rotas esta aeronave pode operar. Em geral, as companhias destinam esse avião para destinos europeus ou para Ásia", disse Alonso. Segundo o executivo, se os estudos indicarem a viabilidade da operação, em quatro anos a Airbus teria condições de realizar a primeira entrega para a TAM, a maior companhia brasileira. "Uma empresa como esta não pode ter menos que quatro aviões para as rotas escolhidas". (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)()