Título: País não terá mais grandes reservatórios, diz EPE
Autor: Cardoso, Denis
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/04/2008, Infra-estrutura, p. C7

São Paulo, 24 de Abril de 2008 - Diante da atual crise no mercado brasileiro de energia elétrica, ocasionada pela falta -------------------------------------------------------------------------------- Organizações, Empresas e Entidades Pessoas Datas Valores Localidades --------------------------------------------------------------------------------

Integra do texto

São Paulo, 24 de Abril de 2008 - Diante da atual crise no mercado brasileiro de energia elétrica, ocasionada pela falta de chuvas no início do ano, escassez de gás natural e fortes oscilações no preço do megawatt, especialistas do setor começam a pensar nas possíveis soluções dos problemas. "O Brasil está com os reservatórios cada vez menores", afirma Mauricio Tomalsquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. "Acredito que não teremos mais condições de construir reservatórios grandes no País", completa o executivo, ao se referir à dificuldade, cada vez maior, dos empreendedores de conseguir licenças ambientais para os seus projetos. "Isso é um verdadeiro paradoxo ambiental. A não utilização de grandes reservatórios pode acarretar em problemas ambientais muito maiores. Por exemplo, com a falta de água armazenada, é necessária a ativação das térmicas e, se essas forem movidas a óleo, a poluição é muito maior", comenta. "O meu dia a dia é tentar conseguir liberar hidrelétricas, até mesmo as que utilizam fio d''água (que aproveitam a vazão dos rios, como as usinas do Complexo Madeira, Santo Antônio e Jirau, que serão construídas em Rondônia)", diz o presidente da EPE. No entanto, Tomalsquim ressalta a importância de grandes reservatórios, já que esta é a única forma de armazenar água para gerar energia e evitar o acionamento das térmicas movidas a gás ou a óleo diesel. Em contrapartida, o especialista do governo ressalta a importância e o bom desempenho da integração energética entre as regiões do País para transmitir energia. "No mundo, o Brasil é o país que tem a maior capacidade de intercâmbio de energia entre as regiões", lembra. Mário Veiga, consultor especializado em energia, ressalta o risco de racionamento visto no início deste ano. "A situação era preocupante porque não havia tempo para construção de novas geradoras para ampliar a capacidade e a partir daí, todas as térmicas do País foram ativadas", comenta o analista. O consultor classifica o período como um susto que não deveria acontecer. "As vazões de 2007 não foram tão secas como achamos", afirma. Veiga também chama atenção para a falta de equilíbrio entre a oferta e a demanda. "O desequilíbrio também é preocupante", diz o analista. Mais termelétricas Segundo Tomalsquim, em 2000, período pré-racionamento, o País tinha apenas 11% da matriz em térmicas e em 2007 o número subiu para 20%. "Esse aumento traz tranqüilidade para o governo já que com mais térmicas existem mais manobras que em 2000 não existiam". Ainda de acordo com o executivo, "a priorização do gás natural para as térmicas reduzem o risco de racionamento". (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7)(Roberta Scrivano)

São Paulo, 24 de Abril de 2008 - Diante da atual crise no mercado brasileiro de energia elétrica, ocasionada pela falta -------------------------------------------------------------------------------- Organizações, Empresas e Entidades Pessoas Datas Valores Localidades --------------------------------------------------------------------------------

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São Paulo, 24 de Abril de 2008 - Diante da atual crise no mercado brasileiro de energia elétrica, ocasionada pela falta de chuvas no início do ano, escassez de gás natural e fortes oscilações no preço do megawatt, especialistas do setor começam a pensar nas possíveis soluções dos problemas. "O Brasil está com os reservatórios cada vez menores", afirma Mauricio Tomalsquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. "Acredito que não teremos mais condições de construir reservatórios grandes no País", completa o executivo, ao se referir à dificuldade, cada vez maior, dos empreendedores de conseguir licenças ambientais para os seus projetos. "Isso é um verdadeiro paradoxo ambiental. A não utilização de grandes reservatórios pode acarretar em problemas ambientais muito maiores. Por exemplo, com a falta de água armazenada, é necessária a ativação das térmicas e, se essas forem movidas a óleo, a poluição é muito maior", comenta. "O meu dia a dia é tentar conseguir liberar hidrelétricas, até mesmo as que utilizam fio d''água (que aproveitam a vazão dos rios, como as usinas do Complexo Madeira, Santo Antônio e Jirau, que serão construídas em Rondônia)", diz o presidente da EPE. No entanto, Tomalsquim ressalta a importância de grandes reservatórios, já que esta é a única forma de armazenar água para gerar energia e evitar o acionamento das térmicas movidas a gás ou a óleo diesel. Em contrapartida, o especialista do governo ressalta a importância e o bom desempenho da integração energética entre as regiões do País para transmitir energia. "No mundo, o Brasil é o país que tem a maior capacidade de intercâmbio de energia entre as regiões", lembra. Mário Veiga, consultor especializado em energia, ressalta o risco de racionamento visto no início deste ano. "A situação era preocupante porque não havia tempo para construção de novas geradoras para ampliar a capacidade e a partir daí, todas as térmicas do País foram ativadas", comenta o analista. O consultor classifica o período como um susto que não deveria acontecer. "As vazões de 2007 não foram tão secas como achamos", afirma. Veiga também chama atenção para a falta de equilíbrio entre a oferta e a demanda. "O desequilíbrio também é preocupante", diz o analista. Mais termelétricas Segundo Tomalsquim, em 2000, período pré-racionamento, o País tinha apenas 11% da matriz em térmicas e em 2007 o número subiu para 20%. "Esse aumento traz tranqüilidade para o governo já que com mais térmicas existem mais manobras que em 2000 não existiam". Ainda de acordo com o executivo, "a priorização do gás natural para as térmicas reduzem o risco de racionamento". (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7)()