Título: Arrecadação sobe 13% no trimestre
Autor: Severo, Rivadavia
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/04/2008, Nacional, p. A4

Brasília, 28 de Abril de 2008 - A alta de arrecadação de impostos e tributos federais no primeiro trimestre deste ano chegou a 13% sobre o mesmo período do ano passado. A forte elevação na cobrança reforçou em R$ 161,7 bilhões os cofres da União. Em março, o recolhimento chegou a R$ 51 bilhões, alta de 7,67% na comparação com março do ano passado. Essa foi a maior arrecadação que a Receita Federal fez em um mês de março. Os tributos que mais contribuíram para o crescimento da arrecadação no trimestre, segundo a Receita Federal, foram o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), que aumentou em 28% sua receita em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 25 bilhões, e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) que recolheu 19% a mais do que no primeiro trimestre de 2007, atingindo a soma de R$ 11 bilhões. Por sua vez, as receitas previdenciárias cresceram 13%, alcançando R$ 40,5 bilhões. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que registrou um total de R$ 2,6 bilhões no trimestre, foi influenciado pela elevação em algumas de suas alíquotas no início do ano, para compensar as perdas com o fim da arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pelo governo. Cerca de 40% desse valor vieram da tributação das operações de crédito com pessoas físicas, que passaram a ser tributadas em janeiro deste ano. A Receita atribui os números positivos à alta lucratividade das empresas e bancos no último trimestre de 2007, que se refletiu na arrecadação no início deste ano, principalmente em janeiro. Segundo o coordenador geral de Previsão e Análise da Receita Federal, Raimundo Eloi de Carvalho, o crescimento da arrecadação no primeiro trimestre foi puxado por fatores econômicos, administrativos e de aumento de alíquotas do IOF para compensar o fim da CPMF. Entre os fatores econômicos destacados pelo o coordenador estão a maior lucratividade das empresas; o crescimento do volume geral de vendas, que foi de 16,2%; da produção industrial, de 9,2%; da massa salarial, de 14,59%; e da venda de veículos no mercado interno, que foi de 28,4%. A previsão de Carvalho, no entanto, é de redução no ritmo de crescimento da arrecadação do IRPJ e da CSLL nos próximos meses. Segundo ele, o incremento real de 25,05% na receita desses dois tributos no primeiro trimestre do ano ainda reflete o excelente resultado de janeiro, que não deve se manter ao longo do ano. Ele explicou que o resultado da arrecadação de janeiro passado foi influenciado pelo bom desempenho da economia no final do ano e pela antecipação do pagamento de ajuste anual do IRPJ e da CSLL referentes a 2007. Mas Carvalho não quis estimar quanto deverá ser o crescimento da receita dos impostos no ano. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)()