Título: Aprovada reforma do FMI com maior participação do Bras
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/04/2008, Internacional, p. A18

Washington e Brasília, 30 de Abril de 2008 - O projeto de reforma dos poderes do FMI (Fundo Monetário Internacional), proposto por seu novo diretor-gerente, Dominique Strauss-Kahn, foi aprovado por 92,93% de seus 185 Estados membros, informou ontem a instituição financeira internacional. Em Brasília, o ministério da Fazenda divulgou nota oficial sobre o projeto aprovado, afirmando que "o Brasil está entre os países mais beneficiados. A cota efetiva do País aumenta 40% em termos absolutos, passando de 1,4% para 1,8% no total das cotas. O poder de voto do Brasil aumenta de 1,4% para 1,7% dos votos totais." "Interpreto esse resultado como o começo da nova legitimidade do Fundo", comentou Strauss-Kahn, em um comunicado. Cinco países não votaram, outros três votaram contra e dois em branco, informou um alto funcionário do Fundo. O projeto, cujo objetivo é dar mais poder aos países emergentes, deveria ser aprovado por no mínimo 85% dos Estados membros (por meio de direitos de voto). Aprovado em primeira instância no final de março pelo Conselho de Administração do Fundo, e depois endossado pela assembléia semestral da instituição em meados de abril, a reforma ainda deve ser ratificada pelos respectivos parlamentos "da maioria" dos Estados membros, afirmou o alto funcionário. "É uma questão de prioridades internas para um certo número de países", afirmou. Segundo a nota do Ministério da Fazenda, "A Junta de Governadores do Fundo Monetário Internacional aprovou ontem (28) a reforma de cotas da instituição. Dos 185 governadores, 175 votaram a favor das mudanças. A Junta de Governadores é composta por ministros das Finanças ou presidentes de Banco Central dos 185 países-membros do Fundo.O sistema de cotas tem o objetivo dar maior voz e representação aos países em desenvolvimento." Essa reforma, acrescenta o comunicado, "aumenta as cotas de 54 países, sendo boa parte emergentes e em desenvolvimento. Dos 185 países-membros, 135 obtiveram acréscimo no seu poder de voto. O aumento de 0,3 p.p. para o Brasil representa o quarto maior ganho em poder de voto entre todos os membros (depois de China, Coréia e Índia). Como a maioria dos países da cadeira do Brasil no Fundo se beneficia do aumento dos votos básicos, o poder de voto do Brasil subiu de 2,4% para 2,8%." Em termos de posição relativa do Brasil no Fundo, diz o comunicado brasileiro, "o poder de voto do País passa de 18º para 15º na posição entre os países membros. A Diretoria do Brasil sobe três posições, da 21ª para a 18ª, entre as 24 cadeiras na instituição. Brasil ampliou apoio "Desde a aprovação da proposta pela Diretoria Executiva, em 28 de março, o Brasil procurou ampliar o apoio à reforma, dialogando com países que se mostravam reticentes ou contrários à sua aprovação. Nas discussões subseqüentes na Diretoria do Fundo, no G-20 financeiro ¿ foro atualmente presidido pelo Brasil ¿ e na reunião de vice-ministros do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC) em Roma, os representantes brasileiros trabalharam para que demandas adicionais dos países emergentes e em desenvolvimento, como o aumento ao acesso aos recursos do FMI, fossem contempladas." Em aliança com outros países, segundo o texto do Ministério, "o governo brasileiro trabalhou para que as propostas dos países emergentes e em desenvolvimento, inicialmente não incluídas na reforma, entrassem na agenda de trabalho, como o aumento do acesso aos recursos do Fundo . O esforço prosseguiu nas reuniões de primavera do IMFC e do Grupo dos 24, onde o ministro da Fazenda, a delegação brasileira e representantes brasileiros no Fundo procuraram, de um lado, persuadir países hesitantes ou insatisfeitos e, de outro, obter comunicados mais condizentes com as posições dos países emergentes e em desenvolvimento. Na semana passada e até o dia de ontem, o Brasil continuou buscando, em contatos bilaterais, ampliar o apoio à proposta." (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 18)(AFP e agências)