Título: Hugo Chávez expropria a maior siderúrgica da Venezuela
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/05/2008, Internacional, p. A12

Caracas, 2 de Maio de 2008 - O presidente Hugo Chávez ordenou a expropriação da maior produtora de aço da Venezuela após tentativas fracassadas do governo em adquirir a parte majoritária da companhia. Segundo o anúncio, o governo venezuelano transformará a Siderúrgica del Orinoco, controlada pela Ternium com sede em Luxemburgo, em uma empresa socialista, afirmou Chávez aos trabalhadores reunidos em um teatro em Caracas. A Sidor, como a companhia é conhecida, "foi agora recuperada pelo governo revolucionário", disse Chávez. Condução ao socialismo Desde a reeleição em 2006 baseada em promessas de conduzir o país ao socialismo, Chávez fez da nacionalização das principais indústrias a prioridade número um. Seu governo, no ano passado, tomou o controle majoritário das maiores empresas de telecomunicações e energia elétrica do país, além de joint-ventures comandadas pelas maiores companhias de petróleo do mundo. No mês de abril, ele anunciou planos para estatizar companhias de cimento, incluindo a mexicana Cemex SAB, a francesa Lafarge SA e a suíça Holcim Ltda. Chávez determinou a nacionalização da Sidor no mês passado, tomando o lado dos trabalhadores que pleiteavam melhores salários e benefícios. Autoridades venezuelanas e representantes da Ternium estão conversando para tentar negociar um preço para adquirir 60% das ações da empresa, mas ambos os lados ainda não conseguiram chegar a um acordo. Chávez jurou essa semana não pagar os US$ 4 bilhões pedidos pela Ternium, segundo ele um valor excessivo. Autoridades do governo estimaram o valor total da Sidor em aproximadamente US$ 800 milhões. Representantes da Ternium não puderam ser localizados na quarta-feira para comentar o assunto. A Ternium é controlada pelo conglomerado ítalo-argentino Techint Group. A Sidor, que já foi uma companhia estatal, foi privatizada em 1998, mas o governo ficou com uma participação de 20%, enquanto o restante ficou nas mãos de funcionários e ex-funcionários. A companhia é responsável por volta de 85% das 5 milhões de toneladas métricas de aço que a Venezuela produz anualmente, de acordo com o International Iron and Steel Institute, com sede na Bélgica. O presidente venezuelano diz a Techint está pedindo uma compensação muito alta, e o governo acredita que o "preço justo" seja mesmo os US$ 800 milhões. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(Dow Jones Newswires)