Título: Paulinho só pode ser indiciado no STF
Autor: Carneiro, Luiz Orlando
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/05/2008, Direito Corporativo, p. A11

Brasília, 6 de Maio de 2008 - O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, só será indiciado em inquérito no foro do Supremo Tribunal Federal (STF), a que tem direito como parlamentar, se o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ficar convencido de que há fortes indícios de sua participação no suposto esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para prefeituras desmontado pela Operação Santa Tereza, da Polícia Federal. "Não tenho ainda nenhuma informação, a não ser o que os jornais têm noticiado", disse Antonio Fernando. "Assim que receber os autos, vou examiná-los detidamente. Quando se tem uma documentação, alguém extrai dela uma convicção. Eu posso extrair outra."

A cópia dos autos do processo, que seria enviada pelo juiz Márcio Ferro Catapani, da Segunda Vara Federal Criminal de São Paulo ao STF, não tinha chegado ao Protocolo do tribunal até as 19h de ontem. Deverá ser encaminhada pelo ministro-relator a ser sorteado ao chefe do Ministério Público, que vai decidir se há mais do que "suspeitas" do envolvimento do deputadol, ex-presidente da Força Sindical, no esquema criminoso, conforme o requerimento do MPF. Essas suspeitas estão em grampos telefônicos feitos pela PF, em que há referências à "parte do Paulinho", e num filme feito na Câmara, no qual João Pedro de Moura, ex-assessor de Paulo Pereira da Silva na Força Sindical, aparece entrando e saindo do gabinete do deputado.Moura é um dos 13 investigados que passaram à condição de réus, na sexta-feira, quando o juiz Márcio Catapani, da vara de primeira instância especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro, acolheu a denúncia do MPF em São Paulo. O juiz também determinou a prisão preventiva do ex-assessor de Paulinho, que já estava preso temporariamente.

Em nota oficial divulgada ontem, a Força sindical afirmou que Paulinho "está sendo vítima, mais uma vez, de implacável perseguição política, cujo único objetivo é impedir que mantenha, como sempre manteve, sua independência política e sua luta incansável na defesa dos direitos dos trabalhadores brasileiros". E registrou apoio a ele.(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Luiz Orlando Carneiro)