Título: Furacões revertem queda de preço
Autor: Denise Bueno
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-2

As perdas registradas com a ocorrência dos últimos três furacões que atingiram fortemente os Estados Unidos nos últimos 30 dias brecaram a queda de preços de resseguros. A expectativa é de que os preços ficarão no mesmo patamar deste ano no decorrer de 2005. "É um bom sinal para todos de que os preços ficarão estáveis e não sofrerão aumentos significativos com as perdas. Isso mostra que as resseguradoras estão com bons resultados", disse Denis Kessler, principal executivo da resseguradora francesa Scor, numa entrevista coletiva durante o encontro dos principais resseguradores do mundo, em Monte Carlo, Mônaco.

Neste encontro anual as resseguradoras debatem com grandes clientes a tendência do setor para o ano seguinte. Segundo Kessler, os prejuízos causados pelos furacões deverão interromper a tendência de queda das taxas.

De acordo com o executivo chefe da Swiss Re, segunda maior resseguradora do mundo, John Coomber, "o grupo está preparado para ter queda nas vendas em favor da lucratividade". Ou seja, não participará de guerra de preços. O discurso de Coomber seguiu o de Nikolaus von Bomhard, presidente da Munich Re, maior resseguradora do mundo, feito na segunda-feira, quando afirmou que sacrificaria as vendas para manter margem operacional positiva.

Estudo da Guy Carpenter

O preço de seguros para catástrofes registrou queda de 8,7% no mundo em 2004, comparado com o ano anterior, segundo um estudo divulgado ontem pela Guy Carpenter & Company, Inc., corretora de resseguros do grupo Marsh & McLennan Companies, Inc.. O estudo - "The World Catastrophe Reinsurance Market: 2004", divulgado também em Monte Carlo, pesquisou a ocorrência de eventos em 20 países e detectou queda no volume de prêmios na carteira de riscos de catástrofes em 90% das regiões consultadas. A justificativa foi a alta de preços, iniciada em 2000 e com um grande salto após os atentados do fatídico 11 de setembro de 2001. As resseguradoras em 2004 voltaram a ficar mais competitivas, o que possibilitou a queda dos preços praticados no primeiro semestre. A tendência para 2005 é de que as taxas de seguros para catástrofes continuarão em queda em razão do aumento de capacidade de retenção. Tal previsão não considera a ocorrência de catástrofes de grande proporção neste segundo semestre, considerou Sean Mooney, economista chefe da Guy Carpenters.