Título: Banco do Brasil lucra 66% mais no trimestre
Autor: Nascimento, Iolanda ; Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/05/2008, Finanças, p. B1

São Paulo e Brasília, 15 de Maio de 2008 - Entre os maiores bancos instalados no País e que já divulgaram os demonstrativos financeiros do primeiro trimestre, o Banco do Brasil (BB) foi o que apresentou o maior lucro e o maior percentual de crescimento. No período de janeiro e março deste ano, o lucro líquido da instituição atingiu R$ 2,3 bilhões, alta de 66,6% sobre o apurado em igual fase de 2007. O resultado considera eventos extraordinários que totalizaram R$ 789 milhões - como os R$ 232 milhões obtidos com a venda de participação na Visa International e R$ 302 milhões ganhos com eficiência tributária, entre os mais expressivos. Sem tais eventos, os ganhos subiram 6,3% na mesma base de comparação e foram a R$ 1,6 bilhão em março, 20% mais que no quarto trimestre do ano passado. O presidente do BB, Francisco Lima Neto, disse que o lucro é reflexo das medidas implantadas no ano passado, como as ações de reestruturação de pessoal e de redução de custos operacionais, por exemplo. "O Banco do Brasil continua em uma trajetória ascendente, o que confirma o trabalho que fizemos no ano passado. Isso já contaminou parte do lucro de 2007 e as medidas já começam a surtir efeito (nos resultados de 2008)", afirmou ontem, antes de participar de reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na sede do ministério. No ano passado, o BB promoveu, por exemplo, um programa de aposentadoria antecipada, o que reduziu em cerca de 7 mil pessoas o quadro de funcionários. Lima Neto acrescentou que essa também não é a primeira vez que a instituição apresenta lucro maior do que os bancos privados. A primeira vez foi em 2006, de R$ 6 bilhões. Entretanto, o executivo não quis arriscar se o ganho financeiro do banco continuará superior ao das instituições privadas. "Não dá para dizer isso. Não gostaria de fazer nenhum prognóstico, mas o que pretendemos é ter uma trajetória crescente e de resultados consistentes", declarou, ressaltando que em todos os aspectos o resultado foi muito bom. "O crédito cresceu, as receitas de serviços e de clientes cresceram e os índices de produtividade e eficiência também melhoraram bastante", avaliou. Líder em vários segmentos de negócios, incluindo na oferta de empréstimos, a carteira de crédito total do BB - apesar de ter crescido menos em termos percentuais em comparação a grandes bancos privados (ver quadro nesta página) - saltou 23,1% sobre o primeiro trimestre de 2007 e encerrou março último com saldo de R$ 172,8 bilhões. Em relação a dezembro, a expansão foi de 7,5%. "Ficou em linha com o previsto pelo banco", afirmou Aldo Luiz Mendes, vice-presidente de finanças, mercado de capitais e relações com investidores do BB. Mendes destacou a carteira de pessoas físicas, onde o banco tem focado atuação, que avançou 47,5% em 12 meses e 20,4% ante dezembro, fechando março de 2008 em R$ 38,54 bilhões. "A gente vem ganhando mercado com a nossa capacidade de deslocar a concorrência, em especial no crédito feito via cartão, no qual crescemos 100%, para R$ 6,4 bilhões", disse Mendes, observando que a carteira de veículos teve uma expressiva expansão de 175% em um ano, a R$ 3,54 bilhões. "Até 2005 não tínhamos nada em veículos e prevemos fechar 2008 com R$ 7 bilhões." O BB fechou março com ativos totais de R$ 392,58 bilhões, evolução de 22% em um ano. O patrimônio líquido subiu 17,4%, para R$ 25,4 bilhões, com retorno sobre o patrimônio líquido médio passando de 29,4% para 43,5% em março último. O índice de eficiência passou de 44,1% para 41,4%. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)()