Título: Carlos Minc quer mudar lei para reduzir burocracia
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/05/2008, Politica, p. A8

Brasília e Cuiabá, 16 de Maio de 2008 - O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu ontem, em Paris, a elaboração de uma nova lei de licenciamento ambiental para o Brasil, "com exigências mais rigorosas, mas que diminua ao mesmo tempo a burocracia". Durante sua gestão como secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Minc reduziu pela metade o tempo para aprovar certificações e licenças de instalação e operação no estado. "Mais burocracia não significa maior rigor em relação às exigências ambientais", argumentou Minc, em entrevista coletiva na capital francesa. "Ao contrário, a burocracia é a mão da corrupção". Minc disse que vai manter "todas as políticas da ex-ministra Marina Silva, sem exceções, e aprofundá-las em algumas questões", com base em sua experiência própria com políticas urbanas e industriais como secretário no Rio. Minc afirmou que "foi obrigado" ao aceitar o cargo. "Não era convite, era intimação", reiterou. "Não pedi, tenho mandato no Parlamento (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro), mas, em vista da insistência do governador Sérgio Cabral (do Rio de Janeiro), disse que aceitaria o cargo", completou. Entre as políticas defendidas pelo novo ministro está a ampliação das áreas protegidas no Brasil. "Sou preservacionista. As áreas protegidas no Brasil têm de ser ampliadas e cuidadas. E têm de ter financiamento para a sua preservação", defendeu. Minc disse ainda que pretende implantar em nível nacional um sistema de defesa das unidades protegidas utilizando profissionais formados especialmente para esta atividade, como já fez no Rio. Esse sistema poderia incluir o uso de militares nas áreas de conservação. Na segunda-feira, ele se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ex-ministra Marina Silva, em Brasília. Maggi rebate críticas O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) reprovou, em nota oficial, declarações do novo ministro do Meio Ambiente. Minc havia dito que "se deixar, o governador planta soja até nos Andes". Maggi rebateu as críticas ao ressaltar que a declaração do ministro não contribui para o debate do setor ambiental. O governador enumerou suas políticas para o setor e citou haver espécie de complô contra o seu estado. "O que se percebe é a existência de uma ação coordenada contra o Estado de Mato Grosso, alimentada por um preconceito contra o setor produtivo". "Foram descabidas, inoportunas, extemporâneas e impróprias para um ministro as declarações do futuro titular do Ministério do Meio Ambiente, senhor Carlos Minc", assinala Maggi. Ainda segundo a nota, ele diz que o estado dispõe de avançada legislação ambiental e tem reduzido a abertura de áreas para a produção agrícola, um esforço com a finalidade "de compatibilizar as atividades produtivas com a preservação ambiental (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Agência Brasil e Reuters)