Título: Operações de leasing crescem 121,47% no primeiro trimestre
Autor: Nascimento, Iolanda
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/05/2008, Finanças, p. B2
São Paulo, 20 de Maio de 2008 - O aquecimento da demanda por veículos e o aumento desde o início deste ano da incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nos financiamentos à pessoa física impulsionaram o arrendamento mercantil no primeiro trimestre de 2008. Entre janeiro e março, o volume de contratos de leasing saltou 121,47%, para um total de R$ 19,09 bilhões, comparativamente aos R$ 8,62 bilhões em novos negócios fechados em igual intervalo do ano passado, mostra levantamento da Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing), divulgado ontem. Foram fechados no período 538.455 novos contratos, bem acima dos 244.541 de 2007. O presidente da Abel, Rafael Cardoso, avalia que o leasing para veículos ficou próximo de 90% do valor total, ante um percentual em torno de 75% no primeiro trimestre do ano passado. "A predominância de veículos foi muito grande e este, sem dúvida, foi o período de maior dinamismo no setor", disse o executivo, acrescentando que também contribuiu para o crescimento o alongamento dos prazos, que passou para uma média entre 38 e 42 meses, em relação à média anterior de 36 meses. O leasing para a compra de máquinas, com a maior parte, e de equipamentos de informática respondeu pelo restante do valor. Com o movimento do trimestre, o saldo do Valor Presente da Carteira (VPC) - total desembolsado pelas empresas de arrendamento - mais do que dobrou, para R$ 76,03 bilhões em março último, alta de 102,58% ante mês semelhante de 2007. Incluindo residual garantido (valor que o comprador desembolsa ao final do leasing, quando opta pela compra), o valor salta para R$ 85 bilhões. O número de contratos pulou de 1.526.235 para 2.986.031 nas mesmas bases de comparação. Em relação a fevereiro, a expansão do VPC foi de 6,83%, segundo a pesquisa, com março gerando R$ 7,4 bilhões em novos negócios, sendo que 95,61% do total por meio de custos prefixados e 68,57% realizados por pessoas físicas. O crescimento expressivo em um período historicamente mais fraco para o setor, entretanto, não fez a Abel rever as expectativas de alta de 30% para o mercado brasileiro de leasing neste ano, em comparação ao VPC no fechamento de 2007, de R$ 63,79 bilhões. "Esperamos que possa ser mais, contudo, o aumento da taxa de juros pode arrefecer um pouco a demanda no decorrer do ano." O leasing para pessoas físicas respondeu por 61,08% do volume total a receber; o setor de serviços, por 17,44%; a indústria, 9,03%; e o comércio respondeu por 8,45%. Arrendamento a profissionais liberais, pequenas empresas, firmas individuais e estatais respondeu pelo restante. A inadimplência, afirmou Cardoso, se manteve por volta dos 3% a 3,5% do saldo total da carteira, nível considerado administrável pelo executivo. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(