Título: Bancos escondem US$ 35 bi em baixas
Autor: Staviski, Norberto
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/05/2008, Governança Corporativa, p. B4

Curitiba, 20 de Maio de 2008 - Transformada há pouco mais de dois meses numa empresa estatal com capacidade de operação em outros países, num modelo que segue ao da Petrobras, a Eletrobrás deverá iniciar sua carreira internacional no ano que vem, com a construção de uma usina hidrelétrica de 1.400 megawatts (MW) no Peru, próxima a fronteira com o Brasil, segundo anunciou o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, na abertura do Fórum Global de Energias Renováveis, no domingo a noite, em Foz do Iguaçu, no Paraná. "O Peru é onde as negociações estão mais a adiantadas e existe a possibilidade de serem construídas 14 usinas próximas a fronteira com o Brasil num planejamento de longo prazo. A grande vantagem é que os rios peruanos têm origem em regiões de montanha, e possuem regimes hídricos diferentes do brasileiro. Com sistemas de transmissão eficientes, isso pode ser uma grande vantagem para o Brasil interligado", disse Altino Ventura, Secretário de Energia e Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia. Estima-se que as 14 usinas podem produzir até 20 mil MW e boa parte desta produção será exportada para o Brasil. Segundo ele, "depois do Peru, onde já há um acordo firmado pelo presidente Lula, há pouco mais de uma semana, as negociações estão evoluindo rapidamente na Bolívia, onde há 40 mil MW a serem explorados, e com a Argentina, onde foi retomada a antiga idéia do aproveitamento hidrelétrico conjunto do Rio Uruguai". Nem o ministério nem a Eletrobrás revelaram os números totais em megawatts que isso pode acrescentar ao consumo brasileiro de energia elétrica, mas Ventura lembrou que a América Latina tem um potencial aproximado de produção de energia a partir de usinas hidrelétrica de 620 mil MW e que só usa 21% disso. "O Brasil representa 50% do mercado de consumo de energia elétrica da região e estes países tem grande interesse na construção de usinas para vender a energia para nós", disse. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)()

--------------------------------------------------------------------------------