Título: Programa estimula interesse de crianças pela área aeroespacial
Autor: Ottoboni, Júlio
Fonte: Gazeta Mercantil, 21/05/2008, Nacional, p. A4

São José dos Campos (SP), 21 de Maio de 2008 - Com a intenção de estimular vocações profissionais voltadas ao segmento aeroespacial, a prefeitura de São José dos Campos (SP) tem buscado alcançar esse objetivo numa série de programas educacionais inéditos no País. O objetivo é estimular a formação de mão-de-obra futura destinada ao pólo aeronáutico e espacial existente na região. O caso mais conhecido foi o experimento da germinação de feijões em microgravidade feito na Estação Espacial Internacional (EEI) na ida do astronauta Marcos Pontes ao espaço, ocorrida há exatamente dois anos. O programa de ciência nas escolas municipais visa, num primeiro instante, a disseminação do conhecimento junto aos professores. Eles participam de curso de astronáutica e ciência do espaço ministrado por especialistas do setor e seu conteúdo será utilizado na grade curricular do ensino fundamental. Duas parcerias foram cruciais para tornar viável o projeto, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Agência Espacial Brasileira (AEB). Marco Para a coordenadora de componente curricular de ciências da secretaria de Educação de São José, Elisa Saeta, o projeto dos feijões na EEI tornou-se um marco junto aos estudantes. Houve um considerável aumento de interesse pela área científica. Isto refletiu na Olimpíada de Astronomia, da AEB, que levou 34 escolas da cidade a participarem do evento, o que conferiu a condição de maior participante do interior do Brasil no ano passado. No último mês foram certificados 70 professores da rede municipal de ensino das áreas de ciência e geografia, na segunda turma do curso Astronáutica e Ciência do Espaço, formada na edição de 2007. Módulos Os educadores passam por uma formação de 80 horas. Em 2006, outros 80 profissionais do ensino haviam participado deste processo. A turma deste ano terá início nas próximas semanas e formará mais 40 especialistas nesta área. O conteúdo é dividido em cinco módulos, com o desenvolvimento dos seguintes temas: meteorologia e ciência ambiental, veículos espaciais, satélites e plataformas espaciais, experimentos didáticos de astronáutica para sala de aula e sensoriamento remoto. E a carga horário varia entre 100 e 80 horas. "Incomodava um pouco a cidade ser uma referência no setor espacial no Brasil e essa realidade estar tão distante da sala de aula", salientou Elisa Saeta. O curso de astronáutica e ciência do espaço é realizado em parceria com a agência espacial, dentro do Programa AEB na Escola. Na fase de aplicação didá tica, os alunos da rede municipal desenvolvem projetos práticos ligados aos temas expostos em sala de aula. O projeto teve início na cidade em conjunto com os preparativos da missão do astronauta brasileiro, entre 2005 e março de 2006, quando ocorreu o vôo para a Estação Espacial Internacional (EEI). Atronomia Nesta linha de cursos voltados para educadores o Inpe tem agendado para 2008 o XI Curso de Uso Escolar de Sensoriamento Remoto no Estudo do Meio Ambiente, o Curso Avançado de Sensoriamento Remoto para Professores do Ensino Básico e o XI Curso de Introdução à Astrofísica e Astronomia. Os alunos da rede municipal de São José enviarão ao espaço um novo experimento, desta vez na área de Física, no próximo vôo do foguete VS-30, marcado para ocorrer ainda no próximo mês de novembro. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)()