Título: Futuro preocupa ativistas e índios
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Fonte: Gazeta Mercantil, 23/05/2008, Nacional, p. A4

São Paulo, 23 de Maio de 2008 - A construção de uma hidrelétrica no rio Xingu cobrirá de água a casa de 16 mil pessoas, secará rios e incentivará os desmatamentos na região, afirmaram ativistas e índios na quarta-feira, preocupados com a destruição da Amazônia. A renúncia de Marina Silva, do Ministério do Meio Ambiente na semana passada, alimentou boatos de que o governo brasileiro deverá acelerar a construção de estradas, oleodutos e usinas de energia na região a fim de dar sustentação a uma economia em rápida expansão. A ex-ministra era vista como uma guardiã da floresta. A represa de Belo Monte, projeto que permanece a cargo da Eletrobrás, seria uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, ficando atrás de Três Gargantas, na China, e de Itaipu. Mais de mil ambientalistas e indígenas reuniram-se nesta semana, na cidade de Altamira, norte do Pará, para protestar contra e discutir alternativas. A represa abarcaria cerca de 440 quilômetros quadrados e desviaria parte do rio Xingu, que corre para o norte em direção ao Amazonas. Para hoje índios e ambientalistas planejam manifestação em Altamira. Na próxima semana, devem ser anunciados os novos números sobre o desmatamento na Amazônia, apontando um crescimento da derrubada de árvores na região, concentrado principalmente no Estado de Mato Grosso, segundo o recém-indicado ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Agências)