Título: MT lidera desmate da Amazônia
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/05/2008, Agronegocio, p. C6

Brasília, 23 de Maio de 2008 - Um novo estudo, cuja divulgação está prevista para a próxima segunda-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) constata que o desmatamento voltou a subir na Amazônia. A derrubada da floresta seria liderada pelo estado do Mato Grosso, responsável por mais de 60% do desmatamento no Bioma Amazônico. A informação foi antecipada na quarta-feira pelo novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Os dados foram revelados durante da solenidade na qual apresentou Marilene Ramos, que o substituirá na Secretaria do Ambiente do Rio. Minc antecipou que o estudo do Inpe irá apontar a continuidade do aumento da derrubada de árvores na Amazônia."Segunda-feira agora o Inpe deverá divulgar uma nova estatística sobre o desmatamento de terra na Amazônia ¿ aquele que detecta o desmatamento em tempo real ¿ e serão dados ruins que indicam aumento do desmatamento e, para variar, mais de 60% ocorreu em qual estado, quem sabe? No Mato Grosso", afirmou o ex-secretário do Ambiente do Rio. Sobre a posição do governador do estado, Blairo Maggi, de que não cederá soldados da Polícia Militar para a Força Nacional Florestal, Minc afirmou que as pessoas, principalmente as que ocupam cargos públicos, têm que assumir suas responsabilidades. A Força Nacional Florestal é uma das propostas de Minc apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira. "O governador Blairo Maggi é um homem público e como tal tem que assumir responsabilidades. Eu não quero impor nada a ninguém, estou chegando agora, ainda nem tomei posse. Agora eu acho curiosa essa posição, porque o Blairo, na entrevista dele, até se disse favorável à idéia." O novo ministro do Meio Ambiente garantiu que a sua gestão adotará algumas estratégias para dialogar com o setor do agronegócio: uma delas será o zoneamento econômico ecológico. "Nós estamos concluindo [este zoneamento] até o final do ano no Rio de Janeiro e vamos estendê-lo ao resto do país. Há pessoas do setor mais avançado do agronegócio que concordam com esse zoneamento. Ele estabelece regras claras: aqui pode, aqui não. E isto já é meio canal de diálogo com o setor." "Mas tem também um setor que é atrasadíssimo. Que está convertendo a Amazônia em pasto: primeiro tira a árvore, depois põem o gado e em seguida vão pondo a sua `sojinha¿ por aqui e por ali", criticou. Para Carlos Minc desenvolver a pecuária extensiva na Amazônia não é opor a ecologia ao desenvolvimento, "é opor a tecnologia do futuro, da biogenética e da biotecnologia ao atraso e à regressão que é transformar a Amazônia em pasto". "Então se você trata todo o setor como um só, você acaba jogando o avançado nos braços do setor atrasado. Nós vamos procurar dialogar com o setor avançado do agronegócio", garantiu. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Agência Brasil)