Título: Presidente faz críticas a senadores e empresários pelo fim da CPMF
Autor: Ribeiro, Fernando Taquari
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/05/2008, Politica, p. A10

São Paulo, 27 de Maio de 2008 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar ontem os senadores da oposição que, em dezembro do ano passado, rejeitaram a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Desta vez, porém, Lula estendeu as críticas aos empresários por não terem reduzido o preço dos produtos após o fim do imposto do cheque. "De vez em quando, eu agradeço à nossa oposição por ter reprovado a CPMF porque, na verdade, nenhum empresário reduziu o custo de seus produtos. O dado concreto é que nós apenas fomos truncados para não fazer tudo aquilo que queremos no Brasil", disparou o presidente durante inauguração, em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, do maior complexo de saúde do Grande ABC, denominado o Quarteirão da Saúde. "Se alguém souber de algum produto que caiu de preço porque os empresários retiraram 0,38% (alíquota da CPMF), me avisa, me diga porque ele (o empresário) vai merecer um prêmio", ironizou Lula. O presidente ainda sugeriu que a derrota no Senado ocorreu em função do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Saúde, que prevê investimentos de R$ 24 bilhões no setor. "Tivemos uma derrota no Senado. Assistimos aos senadores da oposição não deixarem passar a CPMF porque nós tínhamos lançado o PAC da Saúde". O presidente, contudo, destacou que o fim da CPMF não deve prejudicar na implementação do programa. "Isto, por enquanto, esta parado. Mas, como somos teimosos, vamos, aos poucos, colocar em prática o PAC da Saúde", prometeu Lula. Durante a inauguração, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foi alvo de vaias do público por ter repassado apenas R$ 1,5 milhão para a construção do Quarteirão da Saúde, enquanto o governo federal e a prefeitura de Diadema desembolsaram R$ 35 milhões e R$ 33,5 milhões, respectivamente. O custo total da obra foi de R$ 70 milhões. O presidente ainda disse que gostaria de retornar à Diadema depois de 2010, quando deixar a Presidência da República, para mostrar que não vem ao município apenas para pedir votos. Ver mais na página A8 (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)()