Título: Trem-bala Rio-SP terá consórcios nacional e estrangeiro, diz Dilma
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Fonte: Gazeta Mercantil, 28/05/2008, Economia, p. A9
28 de Maio de 2008 - O trem-bala que ligará o Rio a São Paulo terá tecnologia importada, mas fabricação nacional. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou ontem que a licitação para o transporte será feita em duas etapas - uma com empresas estrangeiras que dominam a tecnologia do veículo e outra composta por concorrentes nacionais e que provavelmente terão a missão de montar o trem. A ministra disse ainda que a licitação deve ser realizada em fevereiro de 2009. "Quem ganhar, seja um consórcio japonês, coreano ou francês, se formaria de um lado, e nós formaríamos um consórcio de outro. Os dois consórcios que ganhassem a licitação se fundiriam para constituir uma SPE (sociedade de propósito específico), que faria o material rodante e também a estrutura operacional", disse a ministra, durante o XX Fórum Nacional, no Rio. Orçado em US$ 9 bilhões, o projeto do trem-bala já atraiu interesse de japoneses, espanhóis, franceses, italianos, coreanos e brasileiros. Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto foi apresentado por Dilma no Japão e na Coréia recentemente. O projeto prevê que o trajeto ligará os aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro), Cumbica (São Paulo) e Viracopos (Campinas) por trilhos. Projetado para ligar as duas maiores cidades do País, o trem de velocidade média de 285 quilômetros por hora ganhou atenção especial da ministra. Uma das razões para tirar o trem do papel é a saturação dos aeroportos Santos Dumont, no Rio, e Congonhas, em São Paulo que, mesmo após as obras de ampliação, não darão conta do aumento de passageiros a partir de 2015, segundo estudos do setor. O projeto executivo foi retomado em 2003, com estudos de viabilidade para erguer duas linhas férreas de 403 quilômetros. Dilma expôs ontem um conjunto de obras do PAC, entre as quais projetos de ferrovias, rodovias e energia elétrica. O governo negocia com os Estados Unidos uma parceria para viabilizar a Ferrovia Bioceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico, no trecho entre Paranaguá (PR) e Maracaju (MS) para viabilizar o escoamento de grãos do Centro-Oeste. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(S.L.)